09/11/2018

Matemática ajuda Medicina a ver o paciente inteiro

Redação do Diário da Saúde
Matemática ajuda Medicina a ver o paciente inteiro
Embora a compreensão do todo do ser humano seja o maior desafio e anseio da Medicina, as preocupações mais prementes da atualidade se concentram na possibilidade de colapso de algum dos "componentes do sistema".
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Ver o paciente inteiro

Os diagnósticos médicos tipicamente se concentram na resolução de problemas isolados. Mas consertar um problema pode criar outros e até levar a um colapso geral da saúde.

Isso porque permanecer vivo requer resiliência, a capacidade de se recuperar de perturbações que vão desde sustos e arranhões até quedas, gripes e doenças mais graves. Essa resiliência diminui naturalmente na idade avançada, mas também é moldada por genes, estilo de vida e eventos da vida.

Apesar de tudo o que sabemos sobre saúde, medir sua essência - a resiliência - é um objetivo que tem-se mostrado difícil de alcançar.

A boa notícia é que uma nova abordagem promete avaliar os riscos de um indesejável colapso da saúde usando dados de sensores de baixo custo incorporados nas roupas.

Cálculos matemáticos recém-desenvolvidos permitiram pela primeira vez usar as incontáveis "micro-recuperações" capturadas pelos aparelhos de monitoramento da saúde, cada vez mais comuns, para avaliar a resiliência do todo e, portanto, o risco de colapso da saúde - os aparelhos de monitoramento já são largamente usados por atletas amadores e profissionais, na forma de relógios, fitas peitorais, pedômetros etc.

"Surpreendentemente, os sinais que encontramos são semelhantes àqueles que indicam o risco de pontos de inflexão em ecossistemas como as florestas tropicais. Isso pode parecer estranho, mas estamos começando a entender que isso tem a ver com as leis fundamentais que governam sistemas complexos à medida que se tornam instáveis," disse o professor Marten Scheffer, da Universidade de Wageningen (Holanda).

Indicadores Dinâmicos de Resiliência

Embora a compreensão do todo do ser humano seja o maior desafio e anseio da Medicina, as preocupações mais prementes da atualidade se concentram na possibilidade de colapso de algum dos "componentes do sistema".

O humor é um bom exemplo: Quando a resiliência do sistema de humor é corroída, até mesmo eventos estressantes menores podem desencadear um colapso autopropagado, gerando um estado depressivo.

Os novos "Indicadores Dinâmicos de Resiliência" agora desenvolvidos são baseados em mudanças no comportamento de um sistema conforme esse ponto de inflexão se aproxima. Isso permite, neste exemplo da depressão, estimar o risco da condição a partir do padrão de flutuações no humor.

Os mesmos princípios mostraram-se indicativos da estabilidade de outros "subsistemas" do corpo, como a relação do controle postural dinâmico de idosos com o seu risco de sofrer quedas.

"Há uma necessidade amplamente sentida de recolocar o paciente inteiro novamente. O mesmo é verdadeiro no campo da medicina humana," disse o professor Marcel Olde Rikkert, da Universidade de Radboud Nijmegen, coautor do estudo. "Especialmente nos idosos, decisões como operar ou não exigem uma visão da resiliência do paciente, que agora pela primeira vez somos capazes de estudar usando os Indicadores Dinâmicos de Resiliência."

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