13/01/2015

Nanotecnologia faz câncer brilhar para guiar cirurgião

Redação do Diário da Saúde
Nanotecnologia faz câncer brilhar para guiar cirurgião
O sistema faz as células cancerosas brilharem, indicando ao cirurgião onde está o tecido a ser removido. E, depois, iluminado com luz infravermelha, o composto mata as células doentes restantes.
[Imagem: Oregon State University]

Se brilhar, corte

Inserir seletivamente medicamentos em células cancerosas é um objetivo de longa data, com potencial para destruir totalmente tumores sem causar efeitos colaterais.

Oleh Taratula e seus colegas da Universidade de Oregon (EUA) levaram essa abordagem ao extremo, criando uma técnica não apenas para atacar as células doentes, mas também para servir como um guia para indicar aos cirurgiões onde está o tecido doente a ser removido.

Taratula criou um mecanismo com nanotecnologia que faz as células cancerosas brilharem, indicando ao cirurgião exatamente onde operar. A seguir, em combinação com a fototerapia - terapia à base de luz - o composto mata as células cancerígenas que não foram removidas pela cirurgia.

"Com esta abordagem, as células cancerígenas e os tumores vão literalmente brilhar e fluorescer quando expostos à luz infravermelha, dando ao cirurgião um guia sobre o que precisa ser removido," explicou Taratula. "Essa mesma luz irá ativar compostos nas células cancerosas que irão matar todas as células malignas que restarem."

Naftalocianina

O sistema baseia-se em um composto chamado naftalocianina, que tem algumas propriedades incomuns quando exposto à luz na faixa do infravermelho próximo: ele brilha, iluminando as células doentes e servindo como um guia para os cirurgiões; e ele destrói as células aquecendo-as ou produzindo espécies reativas de oxigênio.

No entanto, a naftalocianina isoladamente não é solúvel em água e tende a aglutinar-se dentro do corpo, perdendo sua capacidade de fazer as células brilharem e de gerar espécies reativas de oxigênio.

Taratula resolveu estes problemas usando um polímero solúvel em água, chamado dendrímero, que permite que a naftalocianina se esconda dentro de uma molécula que irá se prender especificamente nas células cancerígenas, e não no tecido saudável.

Uma vez no tumor, o composto brilha, iluminando as células doentes. Após a cirurgia, com alguns minutos de exposição, a luz infravermelha ativa a naftalocianina para matar quaisquer células restantes.

A nova técnica, publicada na revista Nanoescale, apresentou um sucesso notável em animais de laboratório, impedindo completamente a recorrência do câncer após a fototerapia.

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