Pesquisadores brasileiros estão desenvolvendo um medicamento que vai diminuir a resistência dos pacientes ao tratamento da leishmaniose cutânea.
O principal objetivo é tornar o medicamento menos agressivo e com menos efeitos colaterais.
Usando a nanotecnologia, os pesquisadores criaram um creme para ser aplicado na lesão que é 30 vezes mais potente que as drogas utilizadas atualmente, endovenosas ou intramusculares.
"Estamos nos baseando em drogas já conhecidas, mexemos em sua formulação e, até agora, estamos tendo bons resultados com nossas nanopartículas, que estão em torno de 50 nanômetros," disse Antônia Maria Ramos Franco, pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA).
"E, na parte química, estamos testando vários tipos de ligantes, já aceitos pelo organismo, que favoreçam a penetração e a entrada de forma mais fácil das partículas dentro da célula, para que possa atingir o parasita", acrescentou.
"É muito sofrido ver pessoas que saem do médico com caixas de ampolas para aplicação. Como essa via de administração da droga é muito invasiva e as pessoas precisam ir ao posto de saúde, o tratamento torna-se dolorido e cansativo e muitos o largam no meio. E a doença continua. Então, a possibilidade do uso tópico, oral, ou através de adesivo seria o ideal, principalmente para as crianças", ressaltou Antônia Maria.
Leishmaniose cutânea
A leishmaniose cutânea é uma doença infecciosa, não contagiosa, que provoca úlceras na pele e mucosas.
A doença é transmitida ao homem pela picada das fêmeas infectadas de insetos flebotomíneos - esses insetos podem ser conhecidos por diferentes nomes regionais, como tatuquira, mosquito-palha, asa dura, asa branca, cangalhinha, birigui e anjinho, entre outros.
Desde 1909, a leishmaniose cutânea vem sendo registrada no Brasil. Segundo o Ministério da Saúde, são notificados cerca de 21 mil casos por ano. A Região Norte apresenta o maior coeficiente, de 54,4 casos a cada 100 mil habitantes, seguida das regiões Centro-Oeste (22,9 casos/10 mil habitantes) e Nordeste (14,2 casos/100 mil habitantes).
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