
Neurônio rosa mosqueta
Cientistas descobriram um novo tipo de neurônio só encontrado até agora em humanos.
A expectativa é que essa célula neural tipicamente humana ajude a responder por que muitos tratamentos experimentais para doenças do cérebro têm funcionado em camundongos, mas falham quando começam a ser testados em pessoas.
O neurônio foi batizado de "neurônio rosa mosqueta" por sua aparência com a flor da planta silvestre cujo formato lembra uma rosa que perdeu as pétalas. A rosa mosqueta é uma planta medicinal muito utilizada tratamentos para a pele e em cosméticos.
O neurônio rosa mosqueta foi encontrado na camada 1 do cérebro, também chamada de neocórtex, a mais externa e responsável pela consciência, uma característica essencial e considerada exclusivamente humana. Danos ao neocórtex podem afetar seriamente as habilidades cognitivas de um ser humano, ou seja, as capacidades de aprender e assimilar informações, por exemplo.
A descoberta, publicada na revista Nature Neuroscience, envolveu um grupo internacional de 34 cientistas da Universidade de Szeged (Hungria) e do Instituto Allen para a Ciência Cerebral (EUA).
Conexão dos neurônios
Os cientistas ainda não sabem, porém, qual é a função específica do neurônio rosa mosqueta. O que se sabe é que ele faz parte de um subtipo de neurônios chamados inibidores, aqueles que impedem a ação de outras células cerebrais.
Sua morfologia é intrigante, já que parece que sua conexão com seu "parceiro celular" é feita apenas por meio de uma parte muito específica de sua massa. "Isso pode significar que eles controlam o fluxo de informações de uma maneira muito específica," disse o neurologista Gábar Tamás.
"Ele é especial por sua forma, por suas conexões e também por causa dos genes que contém," acrescentou Trygve Bakken, coautora da pesquisa.
Humanos e camundongos
Segundo a equipe, o fato de essas células nervosas não terem sido encontradas, entre outros, nos animais mais usados pelos cientistas - os camundongos - poderia explicar por que muitos dos experimentos realizados em humanos não tiveram os mesmos resultados atingidos com os roedores.
"Se quisermos entender como o cérebro humano funciona, precisamos estudar os seres humanos ou espécies que estejam estreitamente relacionadas," disse Bakken.
Os próximos passos do estudo serão explorar o córtex externo de primatas e, em seguida, de pessoas que sofrem de distúrbios neuropsiquiátricos, para comprovar se os neurônios rosa mosqueta desses pacientes apresentam alterações.
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