02/05/2017

Prudência, impaciência e preguiça são contagiosas

Redação do Diário da Saúde
Prudência, impaciência e preguiça são contagiosas
Os resultados são condizentes com outros estudos que mostraram que as emoções são contagiosas - mas parece que tudo funciona de forma inconsciente.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Emoções contagiosas

As pessoas tendem a imitar as atitudes prudentes, impacientes ou preguiçosas dos outros - aparentemente de forma inconsciente.

Prudência, impaciência e preguiça são tipicamente consideradas traços arraigados de personalidade que orientam a forma como cada pessoa pesa o custo dos riscos, das demoras e atrasos e do esforço - respectivamente.

No entanto, parece que as atitudes das pessoas baseadas nos seus próprios traços de personalidade "fluem" para as pessoas à sua volta, influenciando-as.

Alinhamento de atitudes

Jean Daunizeau e Marie Devaine, do Instituto INSERM (França), combinaram psicologia cognitiva e modelagem matemática para tentar desvendar que leis governam esse alinhamento de atitudes.

Para isso, eles colocaram voluntários diante de uma série de decisões que envolviam riscos, atrasos e esforços, antes e depois de eles terem observado as decisões de outros. Esse "outros" eram na verdade participantes fictícios, avatares de inteligência artificial, para permitir um ajuste preciso e controlado das suas atitudes prudentes, pacientes e preguiçosas.

Os resultados mostraram que os participantes ficam vinculados a um viés que os pesquisadores chamam de "falso consenso", ou seja, eles acreditam, sem qualquer evidência para isso, que as atitudes dos outros se assemelham às suas próprias.

As pessoas também exibem um viés de "influência social", ou seja, sua atitude tende a se tornar mais semelhante à das pessoas ao seu redor com o passar do tempo.

Preconceitos inconscientes

Curiosamente, o viés de influência social é parcialmente determinado pelo viés de falso consenso.

Ele primeiro aumenta com o falso consenso (para pequenos vieses de falso consenso), mas depois diminui (para grandes vieses de falso consenso) - e os participantes se mostraram majoritariamente inconscientes desses preconceitos.

Diante desses resultados, os pesquisadores estão se propondo a checar se esta forma de alinhamento de atitude pode diferir em pessoas que sofrem de condições neuropsiquiátricas, tais como distúrbio do espectro autista e esquizofrenia. É o que eles farão a seguir, na esperança de desenvolver terapias que possam ajudar esses pacientes.

Os resultados foram publicados na revista PLOS Computational Biology.

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