26/03/2010

Psicoterapia é eficaz para tratamento de doença autoimune

Redação do Diário da Saúde

Psicoterapia contra o lúpus

Um estudo realizado por um grupo de cientistas espanhóis demonstrou que a psicoterapia é eficaz para tratar pacientes que sofrem de lúpus e altos níveis de estresse diário.

Os resultados, publicados no último exemplar da revista científica Psychotherapy and Psychosomatics, revelam que a terapia cognitivo-comportamental (TCC) reduz significativamente a incidência de distúrbios psicológicos e melhora a qualidade de vida dos pacientes.

E esses ganhos ocorrem ainda que, ressaltam os pesquisadores, o tratamento psicoterápico não resulte em redução significativa do índice de atividade do lúpus eritematoso sistêmico.

Estresse crônico

O estresse crônico piora a qualidade de vida dos pacientes com lúpus, afetando o seu estado físico e psicológico.

Quarenta e cinco pacientes com lúpus e altos níveis de estresse diário foram aleatoriamente designados para um grupo controle ou para uma terapia de grupo.

O segundo grupo submeteu-se à terapia cognitivo-comportamental, que consistiu de dez sessões semanais consecutivas.

Foram avaliadas quatro variáveis afetando os dois grupos: (1) Estresse, ansiedade, depressão, (2) Índice de atividade do lúpus eritematoso sistêmico, sintomas somáticos e número de manchas, (3) anticorpos anti-nDNA, frações de complemento C3 e C4 e (4) a qualidade de vida.

As variáveis foram avaliadas no início do estudo e, a seguir, aos 3, 9 e 15 meses.

Eficácia da psicoterapia

Os pesquisadores verificaram uma redução significativa do nível de depressão, ansiedade e estresse diário no grupo que recebeu a psicoterapia, além de uma melhoria significativa na qualidade de vida e redução nos sintomas somáticos durante todo o período de acompanhamento.

Também foram verificadas alterações significativas nos parâmetros imunológicos e na incidência dos distúrbios psicológicos, levando os cientistas a recomendarem a terapia cognitivo-comportamental para tratamento do lúpus eritematoso sistêmico.

Ainda que a redução do índice de atividade da doença tenha sido pequeno, o bem-estar dos pacientes melhorou significativamente.

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