Cultura da reclamação
Reclamar faz com que a pessoa pareça mais raivosa? Isso depende da cultura.
Seja falando sobre o clima, atrasos no transporte público ou sobre os políticos, as pessoas reclamam quase o dia todo.
Mael Mauchand e Marc Pell, da Universidade McGill (Canadá), demonstraram agora que essas reclamações soam diferentes dependendo da cultura em que crescemos.
Os dois psicólogos estudaram duas culturas de fala francesa nativa, a França e a região de Quebec, no Canadá. Eles descobriram que as reclamações são expressas de modo diferente e que os quebequenses soam mais irritados, enquanto os franceses soavam mais tristes.
Assim, em vez de um tom de voz universal para reclamar, as variações culturais podem refletir convenções sociais aprendidas, incutidas em nós pela cultura em que crescemos.
Aspecto cultural da reclamação
Há muito tempo se sabe que as emoções se refletem em nossa voz, algo que nos ajuda a nos comunicar com mais propósito e dá aos ouvintes pistas sobre como interpretar o que estamos dizendo.
O que os dois pesquisadores queriam saber era quais emoções predominam nas reclamações - e como elas diferem entre diferentes grupos culturais.
"A reclamação se diferencia da fala neutra por mudanças na expressão vocal. Quem reclama tende a mudar sua entonação, tom, ritmo e ênfase, o que os torna mais emotivos e expressivos," disse Mauchand. "Mostramos que as estratégias de reclamação apresentam variações específicas entre duas culturas francófonas: Os quebequenses soam mais irritados ou surpresos, e os franceses mais tristes."
Saber em detalhes como as reclamações soam pode ajudar os pesquisadores a entender como elas são percebidas e como despertam empatia nos outros. Esta pesquisa destaca o papel crucial do tom de voz nas interações sociais, e suas conclusões poderão ser utilizadas em estudos sobre distúrbios da comunicação e em treinamentos terapêuticos.
"Como aplicação imediata, [nossos resultados] podem incentivar as pessoas a serem mais atentas," exemplificou Mauchand. "Não apenas ao que as pessoas dizem, mas também à forma como o dizem - e às implicações disso."
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