Crença no carma
As doações para campanhas e entidades filantrópicas e educacionais cada vez mais são vistas como negócio e encaradas como "venda", uma vez que essas instituições dependem largamente desses recursos para funcionar.
Como isso envolve a doação de tempo ou dinheiro para atender a necessidades alheias - em estreita conexão com as práticas e ideias religiosas - pesquisadores da área de economia e marketing se propuseram a descobrir se as crenças sobre carma poderiam influenciar a resposta dos potenciais doadores aos apelos de caridade na publicidade.
Os resultados mostraram que as pessoas que acreditam em carma, apesar de ver benefícios positivos de fazer boas ações, nem sempre respondem favoravelmente a apelos ao "bom carma" que elas poderão estar gerando.
Recompensas cármicas
A suposição mais natural é que as pessoas que acreditam em carma deveriam ser mais influenciadas por apelos para se envolver em atos de bondade, já que isso geraria "recompensas cármicas" para elas.
Os resultados do estudo, porém, demonstraram que a situação é mais complexa do que isso.
Ante um pedido para doar seu tempo para ajudar outras pessoas, aqueles que acreditam em carma responderam mais favoravelmente do que aqueles que não acreditam. No entanto, a resposta favorável desapareceu quando o foco do apelo à caridade foi transferido de um benefício para os outros para um benefício para si mesmo.
Ou seja, as pessoas com crenças cármicas podem ser desencorajadas de doar se perceberem ênfase em uma motivação egoísta - especificamente, obter bom carma para si mesmo.
"Estes resultados desafiam um mito comum entre os marqueteiros de que os consumidores podem se envolver em comportamentos de caridade se eles se beneficiarem por fazer a boa ação, como receber compensações ou prêmios. Em essência, esta ferramenta de marketing comumente utilizada pode não ser eficaz com pessoas com fortes crenças cármicas," escreveram Katina Kulow (Universidade de Louisville) e Thomas Kramer (Universidade da Califórnia em Riverside).
Carma
Embora o termo tenha muitas conotações, os pesquisadores afirmam que o carma pode ser definido de forma bastante geral como a crença de que o universo dá recompensas pelo bom comportamento e exige punições pelo mau comportamento.
Apesar de ser normalmente associada com as filosofias orientais, existem inúmeros exemplos da noção de carma na cultura ocidental, como se pode ver em ditados como "Você colhe o que semear", "O que vai, volta", "O que aqui se faz, aqui se paga" etc.
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