04/06/2009

Seminário traça estratégias para atenção básica à saúde

Agência Brasil

Seminário internacional

Com o intuito de discutir métodos e soluções para aprimorar o trabalho no sistema de saúde primária do país, estudiosos e demais trabalhadores em saúde do Canadá, da Jamaica e do Brasil se reúnem nesta semana em Brasília para o 1º Seminário Internacional sobre Planejamento da Força de Trabalho em Atenção Básica à Saúde.

Até sexta-feira (5) os profissionais irão trocar experiências internacionais em planejamento de recursos humanos em saúde e propor estratégias de trabalho no setor. O objetivo é que as propostas ajudem gestores estaduais e municipais na cobertura adequada de atenção básica à saúde em suas regiões administrativas.

Projeto Consortium

Os resultados do encontro vão apoiar os trabalhos do projeto Consortium, uma parceria entre a Organização Panamericana da Saúde (Opas), Ministérios da Saúde do Brasil, da Jamaica e do Canadá, Núcleo de Educação em Saúde Coletiva da Universidade Federal de Minas Gerais (Nescon-UFMG) e a universidade canadense de Dalhousie.

O projeto reúne dados de comunidades para desenvolver um modelo de simulação de atuais e futuras necessidades locais de recursos humanos para a atenção básica em saúde. O diagnóstico vai apontar, por exemplo, os tipos de profissionais que faltam em determinada região.

O modelo de simulação é realizado atualmente em Fortaleza e Belo Horizonte em projeto-piloto, mas que será estendido a outros estados do país e até utilizado em âmbito internacional, segundo os organizadores do seminário.

Necessidades dos profissionais de saúde

"Quando se tem esses números se tem a tendência que permite entender quais serão as necessidades de profissionais de medicina, odontologia e enfermagem em cada localidade, dependendo de seus dados demográficos e epidemiológicos", explica o coordenador do Consortium no Brasil, Raphael Aguiar.

Dados obtidos com estudos dos organizadores do evento revelam que a Região Norte tem o maior déficit de profissionais da saúde básica. Um dos principais motivos para a situação é a dificuldade dos gestores municipais em contratar especialistas, já que o contrato geralmente é temporário e na maioria das vezes não oferece ao profissional direitos trabalhistas.

Mais pobres pagam mais

Dados coletados no estado da Bahia, que serão apresentados durante o seminário, mostram que os municípios mais pobres do estado baiano, geralmente localizados no interior, são os que pagam mais caro na contratação de médicos, dentistas e enfermeiros.

"O município pobre gasta uma parte enorme do dinheiro dele com assistência de saúde à família", diz o diretor de atenção básica no estado, Heider Pinto.

Um exemplo é o município de Feira da Mata que chega a oferecer um salário de R$ 16 mil com carga horária de 18 horas semanais a um médico clínico. O salário do mesmo profissional, em Salvador, está entre R$ 5 mil e R$ 10 mil.

Planos e carreira e treinamento continuado

Para reverter a situação, os especialistas devem apresentar sugestões de como solucionar o problema como a realização de concursos públicos para selecionar profissionais em medicina, odontologia e enfermagem. O intuito é implantar planos de carreiras e oferecer cursos de especialização aos profissionais interessados.

"Essa solução será apresentada no seminário e é uma opção de estratégia no sistema de atenção básica à saúde", afirma Heider Pinto.

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