Risco crescente
Os medicamentos opiáceos - ou opioides -, responsáveis por uma epidemia de mortes por overdoses nos EUA, estão vendo seu mercado disparar no Brasil.
Segundo levantamento coordenado pelo pesquisador Francisco Inácio Bastos, da Fiocruz, o número de receitas médicas de opiáceos vendidos nas farmácias brasileiras em 2009 foi de 1.601.043; em 2015, esse número chegou a 9.045.945, um salto de 465%.
O artigo, publicado no American Journal of Public Health, mostra também que as prescrições médicas de produtos à base de codeína, para dores moderadas, foram de 95%, pulando de 1.584.372 prescrições para 8.872.501 receitas médicas no mesmo período.
Utilizados em especial para combater dores crônicas e debilitantes de pacientes com câncer ou lúpus, os opioides também são encontrados diluídos na formulação química de medicamentos como os analgésicos (medicamentos que aliviam a dor), anestésicos (aqueles que reduzem ou eliminam a sensibilidade geral ou local) e até em xaropes para controlar a tosse, podendo ser usados para tratar dores de coluna, enxaqueca, dores nas articulações, dentre outras.
O uso constante pode levar à dependência e o abuso desse tipo de drogas, à morte - os opiáceos são derivados da mesma família da heroína e outras drogas ilegais.
Razões ideológicas
"Nos Estados Unidos, há uma crise de medicamentos prescritos. É o maior índice de mortes por overdose. Aqui não estamos acompanhando essa epidemia. Precisamos exigir melhores dados e transparência para poder fazer prevenção focalizada," afirmou Ilona Szabó, diretora executiva do Instituto Igarapé.
Ela também falou que a pesquisa nacional sobre o uso de drogas, embora "premiada internacionalmente, ainda não foi divulgada 'por questões ideológicas'. A polarização está impedindo a gente de pensar e resolver problemas com seriedade. Assim, continuaremos enxugando gelo e perdendo 29 adolescentes por dia para a violência", completou Ilona.
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