25/08/2020

Uso de mídias sociais por adolescentes não aumenta risco de depressão

Redação do Diário da Saúde
Uso de mídias sociais por adolescentes não aumenta risco de depressão
Os resultados confirmam pesquisas anteriores, que afirmam que o tempo envolvido com tecnologia não atrapalha a saúde mental dos adolescentes.
[Imagem: Sasin Tipchai/Pixabay]

Mídias sociais entre adolescentes

Contrariamente à opinião de vários especialistas - e de estudos anteriores sobre interações virtuais e depressão - o uso diário de mídias sociais não parece ser um fator de risco forte ou consistente para sintomas depressivos entre adolescentes.

"Cada vez mais, os adolescentes são ativos nas redes sociais, principalmente durante a pandemia, uma vez que precisam contar com Instagram, TikTok e outras plataformas para manter contato com os amigos," comenta o pesquisador Noah Kreski, da Universidade de Columbia (EUA). "Embora alguns adultos tenham expressado preocupações sobre os riscos potenciais para a saúde mental desse comportamento, nossa pesquisa não encontrou nenhuma evidência convincente para sugerir que o uso da mídia social aumente significativamente o risco de sintomas depressivos nos adolescentes."

Kreski e seus colegas analisaram os dados de uma pesquisa intitulada "Monitorando o Futuro", um estudo em andamento sobre os comportamentos, atitudes e valores dos norte-americanos desde a adolescência até a idade adulta, representando 74.472 alunos do 8º e 10º anos, entre 2009 e 2017.

Eles avaliaram os sintomas depressivos para estabelecer o risco de depressão subjacente e formataram sua análise para entender como o uso diário da mídia social pode contribuir para a depressão.

Mídias sociais entre meninos e meninas

O uso diário das mídias sociais entre os adolescentes aumentou, no período de 2009 a 2017, de 61% para 89% entre as meninas e de 46% para 75% entre os meninos.

Segundo a equipe, o uso diário das mídias sociais não foi associado a sintomas depressivos "depois de levar em consideração o fato de que os adolescentes que usam as mídias sociais com frequência têm pior saúde mental" - mas a equipe não analisou esse fator e nem ofereceu explicações para ele.

Além disso, entre as meninas que tinham o menor risco de sintomas depressivos, o uso diário das mídias sociais foi fracamente associado aos sintomas, embora, devido ao baixo risco, a prevalência geral de sintomas nesse grupo fosse pequena.

Entre os meninos, o uso diário das mídias sociais não foi associado ao aumento dos sintomas depressivos, e algumas evidências sugeriram que o uso diário das mídias sociais pode realmente proteger contra a depressão.

"O uso diário das mídias sociais não captura as diversas maneiras como os adolescentes usam as mídias sociais, que podem ser tanto positivas quanto negativas, dependendo do contexto social," comentou a professora Katherine Keyes. "Pesquisas futuras podem explorar os comportamentos e experiências específicas dos jovens que usam as mídias sociais, bem como o envolvimento mais frequente com as várias plataformas."

Checagem com artigo científico:

Artigo: Social Media Use and Depressive Symptoms Among United States Adolescents
Autores: Noah Kreski, Jonathan Platt, Caroline Rutherford Mark Olfson, Candice Odgers, John Schulenberg, Katherine M. Keyes
Publicação: Journal of Adolescent Health
DOI: 10.1016/j.jadohealth.2020.07.006
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