04/12/2019

Anvisa libera medicamentos à base de maconha

Com informações da Agência Brasil
Anvisa libera medicamentos à base de maconha
Já o plantio da Cannabis, mesmo para consumo próprio de pacientes, continua vetado.
[Imagem: PF/Divulgação]

Medicamentos à base de canabidiol

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou regulamento para a fabricação, importação e comercialização de medicamentos derivados da Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha. A norma entrará em vigor 90 dias após a publicação no Diário Oficial da União.

O medicamento só poderá ser comprado mediante prescrição médica. A comercialização ocorrerá exclusivamente em farmácias e drogarias sem manipulação.

Já o plantio da Cannabis, mesmo para consumo próprio de pacientes, continua vetado pela Anvisa.

Conforme nota da Anvisa, "os folhetos informativos dos produtos à base de Cannabis deverão conter frases de advertência, tais como 'O uso deste produto pode causar dependência física ou psíquica' ou 'Este produto é de uso individual, é proibido passá-lo para outra pessoa'".

"Essa é uma excelente notícia, um avanço. Torna mais democrática a possibilidade de prescrição," defendeu o neurologista Daniel Campi, da Academia Brasileira de Neurologia (ABN). Segundo ele, pacientes que conseguiam autorização de uso do medicamento estavam gastando mais de R$ 2,5 mil por mês.

Visão crítica

O especialista da ABN pondera que "é preciso ter visão mais crítica" sobre as potencialidades do medicamento. Segundo ele, há um hiato entre a demanda pelo medicamento "para a melhora da qualidade de vida" e o conhecimento sobre em quais pacientes e circunstâncias produtos a base de Cannabis terão efeito.

"É como dizer que há um lugar fantástico na Floresta Amazônica, mas não dizer onde fica exatamente," comparou Daniel Campi ao defender que as universidades e centros de pesquisas deverão investigar mais os efeitos dos medicamentos.

Ele calcula que 70% da demanda antes da regulamentação da Cannabis para uso medicinal era para alívio de dor crônica (lombar e de cabeça). Também havia grande procura para casos de ansiedade e dificuldades de sono.

A Associação Brasileira de Apoio Cannabis Esperança (Abrace) contabiliza centenas de pessoas que tiveram acesso ao medicamento para casos de epilepsia, autismo, mal de Alzheimer, mal de Parkinson e neuropatias.

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