05/08/2019

Arma em casa aumenta risco de homicídios de familiares e amigos

Redação do Diário da Saúde
Arma em casa aumenta risco de homicídios de familiares e amigos
"A posse de armas de fogo também confere riscos significativos aos entes queridos, já que eles são mais propensos a serem mortos se houver uma arma na casa."
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Defesa não, mais agressão

Um novo estudo feito nos EUA revelou uma associação única e forte entre a propriedade de armas de fogo e o risco de homicídios domésticos.

Para cada aumento de 10% nas taxas de posse de armas domésticas, os resultados mostram um aumento de 13% na incidência de homicídio por arma de fogo doméstica.

O risco de homicídio diferiu entre diferentes relações vítima-agressor, com o homicídio por arma de fogo não-doméstico aumentando apenas 2% entre os proprietários de arma de fogo.

"Embora a proteção pessoal seja uma razão comumente citada para se possuir uma arma, nossa pesquisa mostra que a posse de armas de fogo também confere riscos significativos aos entes queridos, já que eles são mais propensos a serem mortos se houver uma arma na casa," detalha o professor Aaron Kivisto, da Universidade de Indianapolis (EUA). "Nossos resultados destacam a importância da remoção de armas de fogo na proteção de vítimas de violência doméstica, a maioria das quais são mulheres."

Os pesquisadores analisaram as taxas anuais de homicídio em todos os 50 estados dos EUA de 1990 a 2016, através de uma variedade de relações entre vítimas e infratores, incluindo homicídios de parceiros íntimos, outros membros da família, conhecidos e estranhos.

Eles examinaram se as taxas de propriedade de armas domésticas em nível estadual estavam unicamente associadas a taxas de homicídio dentro de relacionamentos específicos entre vítimas e infratores.

Mais armas, mais violência

Os pesquisadores notaram variações significativas entre os estados na taxa de lares proprietários de armas nos EUA, variando de 10,4% a 68,8%. A incidência de homicídio por arma de fogo doméstica foi significativamente maior nos estados no topo do espectro.

Quase um em cada três homicídios foi classificado como doméstico, com taxas de homicídio por armas domésticas mais altas observadas nos estados do sul, onde é maior a proporção de lares com armas, e taxas mais baixas ocorrendo no nordeste, onde é menor a proporção de lares com armas de fogo.

Aproximadamente metade de todas as vítimas de homicídio foram classificadas como amigos e conhecidos.

O artigo, publicado pelo Jornal Norte-Americano de Medicina Preventiva (AJPM), pode ser lido gratuitamente, em inglês, no endereço www.ajpmonline.org/article/S0749-3797(19)30197-7/fulltext.

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