02/07/2009

As mulheres vivem mais, mas não melhor, do que os homens

Melissa Schwarting

Obesidade e artrite

A obesidade e a artrite, que vão se instalando aos poucos ao longo da meia-idade e da velhice, contribuem significativamente para a diminuição na qualidade de vida das mulheres na terceira idade, descobriram pesquisadores da Universidade Duke, (EUA).

Em um estudo que incluiu 5.888 pessoas com mais de 65 anos, as mulheres apresentaram até duas vezes e meia mais debilidades do que os homens com a mesma idade.

As altas taxas de obesidade e artrite entre essas mulheres explicam até 48% da diferença entre os gêneros na qualidade de vida na terceira idade - mais do que todas os problemas crônicos de saúde mais comuns.

Mulheres vivem mais, mas não melhor

"Embora as mulheres tendam a viver mais do que os homens, este estudo mostra que elas estão sob um risco muito maior de viver com condições debilitantes e muito disso é atribuído às altas taxas de obesidade e artrite," explica Heather Whitson, uma das autoras do estudo.

"Isto é importante porque sugere que a tendência das mulheres em se acomodar com os quilinhos extras nos anos de criação dos filhos e da perimenopausa traduzem-se na perda de independência na idade mais avançada," diz Heather.

Além da obesidade e da artrite, o estudo descobriu que as mulheres são mais propensas do que os homens a sofrerem fraturas, problemas de visão e bronquite. Os homens são mais propensos a ter enfisema, doenças coronarianas, derrames, diabetes e problemas de audição.

Razões da incapacitação na velhice

Os pesquisadores afirmam que este estudo é o primeiro a isolar o impacto de condições de saúde crônicas sobre a diferença nos problemas de incapacitação entre os homens e as mulheres na velhice.

Embora muitos pesquisadores estejam estudando como as condições crônicas afetam a mortalidade, os cientistas ficaram surpresos em ver a extensão na qual essas condições explicam as diferenças de incapacitação entre os gêneros.

O estudo incluiu a verificação de capacidades para conduzir atividades comuns do dia-a-dia, como arrumar a casa, comer, vestir-se, cuidar do próprio dinheiro e fazer movimentos com as várias partes do corpo, incluindo pegar e segurar coisas, andar e subir escadas.

Igualdades de doenças entre os gêneros

Os pesquisadores apontam para um outro fator que tende a reforçar essa diferença de gêneros na terceira idade: as mulheres estão se equilibrando com os homens nas doenças cardiovasculares, nos derrames e nos enfisemas, que até agora eram muito menos comuns entre as mulheres.

As taxas de doenças cardiovasculares não estão aumentando tão rapidamente entre as mulheres quanto estão entre os homens, mas as doenças relacionadas ao fumo estão se tornando mais comuns entre as mulheres. Se a ocorrência dessas condições se tornar mais similar entre homens e mulheres, o resultado poderá ser uma ampliação ainda maior da diferença na qualidade de vida entre homens e mulheres quando eles atingirem a terceira idade.

"Nós precisamos ajudar as mulheres e tomar decisões melhores mais cedo na vida, resume a pesquisadora.

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