15/04/2019

Basta lembrar do café para estimular nosso cérebro

Redação do Diário da Saúde
Basta lembrar do café para estimular nosso cérebro
Os estudos mais recentes têm lançado dúvidas sobre se o café ou o chá é o melhor para a saúde - ainda que se saiba também que a dose de cafeína e a idade de quem toma definem entre remédio e veneno. Mas também se sabe que o café diminui suas chances de desenvolver Alzheimer e Parkinson.
[Imagem: CC0 Creative Commons/Pixabay]

Com o café na cabeça

Apenas olhar para algo que nos lembra o café pode fazer com que nossa mente se torne mais alerta e atenta.

"O café é uma das bebidas mais populares e muito se sabe sobre seus efeitos físicos. Sabe-se muito menos sobre seu significado psicológico - em outras palavras, como até mesmo ver algo que nos lembre dele pode influenciar a forma como pensamos," dizem Sam Maglio e Eugene Chan, na Universidade de Toronto (Canadá).

Por isso os dois decidiram estudar um efeito chamado "efeito multiplicador", ou "efeito alavanca", que se refere ao efeito que a exposição a sinais sutis pode ter sobre nossos pensamentos e comportamentos.

"Queríamos ver se havia uma associação entre café e excitação de tal forma que, se simplesmente expuséssemos as pessoas a sugestões relacionadas ao café, sua excitação fisiológica aumentaria, como aconteceria se elas tivessem realmente tomado café," explicou Maglio.

Excitação psicológica

A excitação em Psicologia refere-se a como áreas específicas do cérebro são ativadas para atingir um estado de alerta, desperto e atento.

Ela pode ser desencadeada por várias coisas, incluindo nossas emoções, neurotransmissores no cérebro ou as bebidas cafeinadas que consumimos.

Neste caso, os pesquisadores queriam explorar se a exposição a coisas que nos lembram o café poderia ter um efeito sobre a excitação, e eles estudaram isso comparando com dicas relacionadas ao chá.

Pensar em café versus tomar café

Em quatro experimentos separados e usando uma mistura de voluntários de culturas ocidentais e orientais, eles descobriram que os participantes expostos a sugestões relacionadas ao café percebiam o tempo como mais curto e pensavam em termos mais concretos e precisos.

"As pessoas que experimentam a excitação fisiológica - mais uma vez, neste caso, como resultado do efeito multiplicador e não de beberem o próprio café - veem o mundo em termos mais específicos e detalhados," disse Maglio. "Isso tem várias implicações sobre como as pessoas processam informações e fazem julgamentos e tomam decisões."

No entanto, o efeito não foi tão forte entre os participantes que cresceram em culturas orientais. Maglio especula que a associação entre café e excitação não é tão forte em culturas menos dominadas pelo café.

Agora a equipe pretende analisar as associações que as pessoas fazem para diferentes alimentos e bebidas. Só de pensar em bebidas energéticas ou vinho tinto, por exemplo, será que se poderia obter efeitos de excitação ou mesmo benefícios cardiovasculares?

A pesquisa foi publicada na revista Consciousness and Cognition.

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