21/01/2019

Células mudam de identidade e trazem esperança de cura para o diabetes

Redação do Diário da Saúde
Células mudam de identidade e trazem esperança de cura para o diabetes
As células comuns não são estáticas e predeterminadas, como se acreditava anteriormente. Elas podem mudar de identidade e de função. Esta descoberta pode fornecer uma abordagem para novos tipos de tratamentos no futuro.
[Imagem: Luiza Ghila]

Células mudam de identidade e função

As células produtoras de glucagon no pâncreas podem mudar de identidade e adaptar-se de forma a fazer o trabalho das suas vizinhas produtoras de insulina que tenham sido danificadas.

O que isso significa? Que, no futuro, nossos corpos poderão se curar do diabetes, uma vez que isto demonstra um mecanismo natural de reparação do dano às células de insulina.

O diabetes é causado pela incapacidade das células de insulina - danificadas ou inexistentes - de produzir esse hormônio, necessário na regulação dos níveis de açúcar no sangue. Muitos pacientes com diabetes tomam suplementos de insulina para regular esses níveis.

"Estamos possivelmente frente ao início de uma forma totalmente nova de tratamento para o diabetes, onde o corpo pode produzir sua própria insulina com alguma ajuda inicial," disse a professora Luiza Ghila, da Universidade de Bergen (Holanda), cuja equipe descobriu a "metamorfose" das células produtoras de glucagon.

Cura para o diabetes?

Os dados mostram que apenas cerca de 2% das células vizinhas no pâncreas mudam naturalmente de identidade para ajudar a suprir a falta de insulina.

No entanto, esse valor deixou os pesquisadores otimistas de que pode ser possível encontrar meios de aumentar esse número e criar uma nova abordagem de tratamento, ou eventualmente cura, do diabetes.

O primeiro passo está dado, com a descrição inédita dos mecanismos por trás do processo de recriação da identidade celular. De forma notável, essa "metamorfose" celular não é um processo passivo, mas resulta de sinais emitidos pelas células vizinhas - já se conhecia uma metamorfose de células nervosas envolvidas na cura de ferimentos.

O segundo passo também já está em andamento: A equipe conseguiu aumentar o número de células produtoras de insulina para 5% usando uma droga que influenciou o processo de sinalização inter-celular - até agora, os resultados só foram demonstrados em modelos animais.

"Se obtivermos mais conhecimento sobre os mecanismos por trás dessa flexibilidade celular, poderemos ser capazes de controlar o processo e mudar mais as identidades das células para que mais insulina possa ser produzida," disse Ghila.

Os resultados foram publicados na revista Nature Cell Biology.

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