06/02/2019

Cientistas projetam um vírus para atacar o câncer

Redação do Diário da Saúde
Cientistas projetam um vírus para atacar o câncer
Comparação de células cancerígenas e células normais depois de infectadas com o adenovírus dl355. Os quatro principais tipos de células listados à esquerda (HeLa, C33A, A549 e H1299) são células cancerosas e as duas inferiores (BJ e WI38) são células normais. À medida que a quantidade de vírus dl355 administrada às células cancerígenas aumentou (representada por MOI), mais células cancerosas morreram dentro de 7 dias, enquanto as células normais sobreviveram.
[Imagem: Yanagawa-Matsuda, et. al, Oncology Reports]

Vírus contra câncer

Pesquisadores da Universidade de Hokkaido (Japão) projetaram um vírus que atinge e mata especificamente células cancerígenas.

Alguns vírus podem ser usados para tratar cânceres porque eles se replicam dentro das células, levando essas células à morte - quando se trata de células cancerígenas, esta é uma ótima notícia.

O novo vírus, chamado dl355, tem um efeito anticancerígeno ainda mais forte do que outro vírus usado atualmente na prática clínica.

Para sintetizá-lo, o oncologista Fumihiro Higashino e seus colegas deletaram um gene envolvido na replicação viral, chamado E4orf6, de um tipo de adenovírus.

Os pesquisadores infectaram vários tipos de células cancerígenas cultivadas em laboratório com 100 partículas virais de dl355 por célula e constataram que quase todas as células cancerosas morreram em sete dias. Por outro lado, a maioria das células normais infectadas com o vírus não morreu, mesmo após sete dias.

Várias linhagens de células de câncer conseguiram sobreviver a baixas doses de dl355, mas todas as células cancerígenas foram mortas pelo vírus quando seu número cresceu. O crescimento do tumor também foi significativamente suprimido quando o dl355 foi administrado a células tumorais humanas cultivadas em camundongos.

"Embora achemos que o dl355 tem o potencial para ser um método de tratamento eficaz para lidar com muitos tipos de câncer, muito mais pesquisas precisam ser feitas. Quando pensamos em um cronograma, pelo menos mais cinco anos de pesquisas adicionais podem ser necessárias, possivelmente mais, levando em conta os ensaios clínicos," observou o professor Higashino.

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