Sem progressos
Novos avanços na pesquisa científica estão desafiando a abordagem tradicionalmente usada - há décadas - para o tratamento do câncer.
Essa é a opinião de um grupo de 70 cientistas, presidido pelo Dr. Denis Noble, criador do primeiro modelo 3-D do coração e consultor científico do Prêmio Evolution 2.0.
Embora a maioria das pessoas possa supor que os tratamentos contra o câncer tenham experimentado inovações e avanços constantes, surpreendentemente, os pacientes com câncer no estágio quatro (com metástase) não estão muito melhores hoje do que em 1930, apesar dos mais de US$ 5 bilhões de dólares gastos anualmente em pesquisas sobre o câncer.
Em vez de destruir o câncer, a quimioterapia e os tratamentos com radiação geralmente desencadeiam um crescimento agressivo do tumor, relatam os especialistas.
Terceira Via da Evolução
O grupo de 70 cientistas formou um grupo que se intitula "A Terceira Via da Evolução" e está pedindo uma revisão fundamental da forma como o sistema médico estuda, vê e trata o câncer.
"As células cancerígenas resistem à radiação e à quimioterapia por meio de conjuntos de ferramentas evolucionárias notáveis. Elas respondem a ameaças com uma velocidade tremenda. É hora de os livros-texto relatarem isso e de os oncologistas na prática clínica incluírem isso nos protocolos de tratamento dos pacientes," comentou o oncologista Azra Raza, da Universidade de Colúmbia (EUA) e membro do grupo.
Infelizmente, os oncologistas há muito aprendem com livros didáticos antiquados que ignoram muitas descobertas recentes, enquanto milhões de pacientes com câncer continuam a morrer a cada ano, destacam os especialistas.
"Cientistas como Denis Noble e A Terceira Via estão certamente corretos em exigir novos livros didáticos. Isso irá responder a muitas questões não resolvidas em biologia - e permitirá abordagens inovadoras para explicar e tratar o câncer," disse o Dr. Bernhard Strauss, da Universidade de Oxford.
Noble prossegue, afirmando que "nunca entenderemos o câncer até que reconheçamos como os tumores se adaptam a cada hora, mas se mostrarmos aos nossos alunos de pré-medicina como o corpo humano dirige suas próprias evoluções, isso transformará para sempre a forma como eles praticam a medicina."
A expectativa da equipe é que, se esses pontos de vista, bem como as descobertas mais recentes, forem acrescentadas mais rapidamente aos currículos de medicina, as gerações futuras provavelmente poderão detectar o câncer muito mais cedo, e os médicos poderão finalmente ter acesso a opções de tratamento mais eficazes.
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