02/08/2022

Dieta Cetogênica ou Mediterrânea? Ensaio encontra ligeira vencedora

Redação do Diário da Saúde
Dieta Cetogênica ou Mediterrânea? Ensaio encontra ligeira vencedora
Você sabe qual é a melhor dieta para maior longevidade?
[Imagem: SK/Pixabay]

Qual dieta baixa em carboidratos

Um ensaio clínico comparou duas das dietas mais populares na categoria de baixos carboidratos: a dieta cetogênica e a dieta mediterrânea.

O ensaio analisou os efeitos de cada uma sobre a glicose no sangue, fatores de risco cardiometabólicos, perda de peso e nutrição, bem como a facilidade com que as pessoas podem aderir a cada uma delas.

Uma dieta pobre em carboidratos geralmente é a recomendação para pessoas que têm diabetes tipo 2 ou que estão em risco de desenvolver a doença.

Mas não há um amplo consenso sobre o quão baixo deve ser o consumo de carboidratos, ou quais alimentos com carboidratos incluir, e poucas pesquisas foram feitas até hoje sobre como ajudar cada pessoa a tomar decisões informadas para seus casos específicos.

A dieta cetogênica é uma dieta ultrabaixa em carboidratos e muito rica em gordura, que envolve uma redução drástica na ingestão de carboidratos. A dieta mediterrânea é uma dieta pobre em carboidratos e moderadamente rica em gordura, que enfatiza vegetais, legumes, frutas, grãos integrais, azeite e peixe.

Cetogênica versus mediterrânea

Os resultados mostraram que as duas dietas foram ótimas no controle dos níveis de glicose no sangue e na perda de peso, mas a dieta cetogênica teve uma nota mais baixa em vários nutrientes, principalmente fibras, e se mostrou mais difícil para os participantes do estudo seguirem-na a longo prazo.

Para controlar ou prevenir o diabetes, a Associação Norte-Americana de Diabetes recomenda a dieta mediterrânea e outras dietas com baixo teor de carboidratos, desde que minimizem os açúcares adicionados e grãos refinados e incluam vegetais sem amido.

A dieta cetogênica, ultrabaixa em carboidratos, atende a esses critérios, mas seu dramático aumento de popularidade nos últimos anos tem preocupado os nutricionistas.

"Quanto mais baixo em carboidratos você ir, mais você estará eliminando grupos inteiros de alimentos que são considerados muito ricos em nutrientes e saudáveis," disse o Dr. Christopher Gardner, da Universidade de Stanford (EUA), observando que, para alcançar uma restrição extrema de carboidratos, a dieta cetogênica proíbe leguminosas, frutas e grãos integrais. "O que há nessa dieta que seria tão convincente que você desistiria de alguns desses princípios centrais de saúde e nutrição?"

Cada umas das dietas teve um benefício estatisticamente significativo adicional: O colesterol LDL aumentou na dieta cetogênica e diminuiu na dieta mediterrânea - um ponto para a mediterrânea. Os triglicerídeos diminuíram em ambas as dietas, mas caíram mais na dieta cetogênica - um ponto para a ceto.

Nos níveis de nutrientes, a dieta cetogênica forneceu menos fibras, tiamina, vitaminas B6, C, D e E, e fósforo. Apenas a vitamina B12 foi maior na dieta cetogênica.

Dificuldade de manter a dieta

Como esperado, quando a comida foi entregue pelos pesquisadores, os participantes aderiram a ambas as dietas relativamente bem, marcando uma média de 7,5 em uma escala de adesão de 10 pontos.

Mas, quando os participantes tiveram que comprar sua própria comida, a adesão em ambas as dietas caiu cerca de dois pontos em média.

A lição a se levar para casa, segundo o Dr. Gardner, é que não houve benefício geral adicional para a saúde de cortar legumes, frutas e grãos integrais para obter uma dieta ultrabaixa em carboidratos. Para pessoas com diabetes ou pré-diabetes, a dieta mediterrânea, menos restritiva, foi igualmente eficaz no controle da glicose e é mais fácil de manter.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Effect of a ketogenic diet versus Mediterranean diet on glycated hemoglobin in individuals with prediabetes and type 2 diabetes mellitus
Autores: Christopher D Gardner, Matthew J Landry, Dalia Perelman, Christina Petlura, Lindsay R Durand, Lucia Aronica, Anthony Crimarco, Kristen M Cunanan, Annie Chang, Christopher C Dant, Jennifer L Robinson, Sun H Kim
Publicação: American Journal of Clinical Nutrition
Vol.: nqac154
DOI: 10.1093/ajcn/nqac154
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