08/03/2012

Conselhos de Medicina contestam medidas do governo para formar mais médicos

Com informações da Agência Brasil

Médicos para todos

Em Setembro do ano passado, o Governo Federal anunciou que tomaria medidas para formar mais médicos e levá-los para o interior.

Agora, os ministérios da Educação e da Saúde estão preparando um plano conjunto para colocar a medida em prática.

As medidas mais esperadas seriam a criação de novas faculdades públicas de Medicina e a ampliação do número de vagas nos cursos já existentes em instituições federais.

Faculdades particulares bem avaliadas pelo MEC também poderiam ser incluídas no plano.

Especula-se ainda sobre a permissão para a atuação de médicos estrangeiros sem a revalidação de seus diplomas, obtidos em seus países de origem.

Problema de distribuição

Mas as associações de médicos não estão gostando nada da ideia.

Em nota, representantes dos 27 Conselhos Regionais de Medicina e do Conselho Federal de Medicina classificam as iniciativas, que ainda não foram anunciadas oficialmente, como "falácias que tentam desviar a sociedade das medidas que, efetivamente, podem colaborar para o fim da desigualdade na assistência em saúde".

Para as entidades, o problema da saúde brasileira não está no número de médicos, mas sim em sua má distribuição pelo território nacional.

De fato, enquanto o Maranhão tem menos de 1 médico por 1.000 habitantes, o Distrito Federal tem 3,8. A meta do governo é alcançar, até 2020, 2,5 médicos para cada grupo de 1.000 habitantes em todo o país.

"Para combater esse dilema, espera-se a implementação de políticas públicas - como a carreira de estado para o médico - que estimulem a fixação dos profissionais nessas regiões, oferecendo-lhes condições de trabalho, apoio de equipe multiprofissional, acesso à educação continuada, perspectiva de progressão funcional e remuneração adequada à responsabilidade e à dedicação exigidas."

Outra grande preocupação é com o nível de qualificação desses novos médicos.

Médicos para o interior

O Ministério da Saúde já desenvolve ações para incentivar os médicos a se fixarem fora dos grandes centros urbanos, como o abatimento das dívidas com o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) dos profissionais que trabalhem em uma das 2.282 cidades com carências na atenção básica à saúde.

Fazem parte dos incentivos também o Programa Nacional de Valorização do Profissional da Atenção Básica e o Programa Pró-Residência, que possibilita a formação profissional nas especialidades mais necessárias a cada região.

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