Vacina contra ebola
Um dos mais mortais de todos os vírus, o incurável ebola, poderá ser evitável em breve, segundo estudo apresentado na segunda-feira (31/3), durante a 162ª reunião anual da Society for General Microbiology do Reino Unido, em Edimburgo, na Escócia.
Pesquisadores dos Estados Unidos e Canadá afirmaram terem feito testes bem-sucedidos de vacinas contra ebola em primatas e planejam agora iniciar experimentação em humanos.
"A ameaça de bioterrorismo representada pelo vírus ebola não pode ser ignorada. Também temos visto um número maior de ocorrências naturais em humanos dessa doença mortal. Com o crescimento do número de viagens internacionais, o vírus pode ser transportado como uma possível arma e, por conta disso, precisamos desesperadamente de uma vacina", disse Anthony Sanchez, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
Febre hemorrágica
Até o momento, foram registrados mais de 1,5 mil casos de febre hemorrágica causada pelo ebola em humanos em todo o mundo. A doença se manifesta abruptamente e sintomas incluem febre, dor de cabeça, garganta inflamada, fraqueza, dores musculares e nas articulações, diarréia, vômitos e dor de estômago. Também podem ocorrer sangramento e vermelhidão nos olhos. A taxa de mortalidade do ebola hemorrágico é de cerca de 90%.
Por conta de o vírus ser tão perigoso, a produção e o teste de vacinas representam um grande desafio para os cientistas. Um empecilho significativo tem sido o pequeno número de instalações de segurança máxima com pessoal autorizado a conduzir pesquisas.
Anticorpos sangüíneos
"Outra dificuldade para o desenvolvimento de vacinas para vírus como ebola, marburg ou lassa é que eles disparam respostas de anticorpos sangüíneos que não são eficazes. Para tais vírus nós precisamos de respostas de mediação celular, que envolvem a produção de linfócitos T antes que a imunidade do organismo se torne forte o suficiente para prevenir ou afastar uma infecção", explicou Sanchez.
Os cientistas empregaram diversas técnicas de recombinação de DNA, o que possibilitou o estímulo de resposta celular e a produção de modelos de vacina que afirmam ser eficientes em macacos. O grupo pretende iniciar testes em humanos de uma das vacinas, que já passou por testes clínicos em 2006.
Testes em humanos
"Os testes em primatas não humanos foram muito bem-sucedidos e tornaram possível que o desenvolvimento de vacinas progredisse rapidamente. Experimentações bem-sucedidas em humanos significa que poderemos vacinar profissionais de saúde durante surtos de ebola hemorrágica, ajudando a proteger as vidas deles e a controlar a forma como a doença se espalha", disse Sanchez.
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