28/08/2012

Denervação renal trata hipertensão resistente a medicamentos

Redação do Diário da Saúde
Denervação renal trata hipertensão resistente a medicamentos
A denervação renal usa energia de radiofrequência emitida por um cateter inserido pela virilha, para tratar pacientes resistentes ao tratamento com drogas anti-hipertensão.
[Imagem: Circulation/AHA]

Do rim ao coração

A denervação renal traz melhores resultados do que o tratamento medicamentoso padrão em pacientes com hipertensão resistente aos tratamentos e insuficiência cardíaca avançada.

Os resultados do estudo piloto foram apresentados pelo Dr. Milos Táborsky, do Hospital Universitário de Olomouc, durante a conferência anual da Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC Congress 2012).

A denervação renal - ou desnervação renal - é um procedimento experimental, que não envolve tratamento farmacológico, que está sendo testado para tratar pacientes resistentes ao tratamento com medicamentos, uma condição que aumenta consideravelmente o risco de enfarte do miocárdio e acidente vascular cerebral.

"Isto é feito para evitar um aumento da excreção de substâncias que levam à insuficiência cardíaca", explicou o Dr. Táborsky.

Denervação renal

A denervação renal é um procedimento pouco invasivo, que interrompe os nervos aferentes e eferentes que levam para dentro e para fora dos rins.

O procedimento usa energia de radiofrequência emitida por um cateter inserido pela virilha, através das artérias renais, para tratar pacientes resistentes ao tratamento com drogas.

O objetivo deste estudo piloto era comparar os resultados de pacientes com insuficiência cardíaca avançada que recebem, ou o tratamento farmacológico padrão, ou a denervação renal.

Após um ano da cirurgia, a função contráctil do lado esquerdo do coração melhorou nos doentes tratados com a denervação renal de 25 ± 12%, para 31 ± 14%.

Durante o ano de seguimento, 8 pacientes tratados com a denervação renal foram hospitalizados por insuficiência cardíaca, em comparação com 18 pacientes tratados com a terapia padrão.

Complicações

Como ocorre com qualquer tratamento invasivo, a denervação renal apresenta risco de complicações subsequentes.

"Nós registramos duas complicações - a formação de uma fístula pela artéria e a veia no lugar da punção, e a formação de trombos, apesar de todas as medidas de segurança que tomamos," disse o Dr. Táborsky. "Removemos com sucesso ambas as complicações por meio de uma revisão cirúrgica e tromboaspiração".

"A denervação renal é particularmente adequada para pacientes sem uma cicatriz extensa após um enfarte do miocárdio, e cuja frequência cardíaca aumenta quando são tratados com a dose máxima tolerada de beta-bloqueadores," adicionou Dr Táborsky.

"Os efeitos de longo prazo da desnervação renal deverão ser confirmadas em um estudo internacional randomizado de maior amplitude," concluiu ele.

Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Cirurgias

Coração

Sistema Circulatório

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.