Vencer a depressão sem antidepressivos
Quanto se trata de tentar combater a depressão, fazer exercícios físicos funciona tão bem quando tomar antidepressivos - com as vantagens imbatíveis de que fazer exercícios físicos não tem efeitos colaterais negativos, não causa dependência e ainda melhora a saúde física em geral.
Esta foi a conclusão de uma grande equipe internacional que realizou o primeiro ensaio clínico a comparar diretamente os efeitos das duas intervenções na saúde mental e física.
Na verdade, o ensaio mostrou claros benefícios do exercício físico contra a depressão, juntamente com uma leve piora física com o uso dos antidepressivos.
Os pesquisadores compararam os efeitos dos antidepressivos com exercícios de corrida em casos de ansiedade e depressão, além de fazer medições da saúde geral dos participantes. Os dados mostraram que ambas as intervenções têm aproximadamente os mesmos benefícios para a saúde mental - mas um curso de corrida de 16 semanas durante o mesmo período alcançou pontuações mais altas em termos de melhoria da saúde física, enquanto os antidepressivos levaram a uma condição física ligeiramente pior, como já sugerido por estudos anteriores.
No final do ensaio, cerca de 44% - portanto, menos da metade - em ambos os grupos apresentaram uma melhoria na depressão e na ansiedade. No entanto, o grupo de corrida apresentou melhorias no peso, circunferência da cintura, pressão arterial e função cardíaca, enquanto o grupo antidepressivo mostrou uma tendência para uma ligeira deterioração nesses marcadores metabólicos.
O único senão é que a taxa de abandono foi muito maior no grupo que inicialmente optou pelo exercício, o que é curioso, porque a maioria dos pacientes optou pela terapia de exercícios no início do estudo.
"Além disso, precisamos encarar os potenciais efeitos colaterais que nossos tratamentos podem ter. Os médicos devem estar cientes da desregulação da atividade do sistema nervoso que certos antidepressivos podem causar, especialmente em pacientes que já apresentam problemas cardíacos. Isto também fornece um argumento para considerar seriamente a redução gradual e a descontinuação dos antidepressivos quando os episódios de depressão ou ansiedade tiverem regredido. No final, os pacientes só são verdadeiramente ajudados quando melhoramos a sua saúde mental sem piorar desnecessariamente a sua saúde física," concluiu a professora Brenda Penninx, da Universidade Vrije (Países Baixos).
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