06/01/2016

Descoberta linha primária de defesa do sistema imunológico

Redação do Diário da Saúde
Descoberta linha primária de defesa do sistema imunológico
Há uma linha de defesa no nosso sistema imunológico que trabalha continuamente sem que percebamos - sem produzir qualquer sintoma.
[Imagem: Aarhus University]

Inteligência imunológica

Parece que o nosso sistema imunológico é ainda mais inteligente do que já desconfiávamos.

Os mecanismos conhecidos até agora explicam razoavelmente bem como lidamos quando somos atacados por vírus ou bactérias.

Contudo, estamos praticamente o tempo todo em contato com vírus e bactérias, mas - felizmente - quase nunca ficamos doentes.

Uma explicação para isso acaba de ser descoberta na forma de uma defesa até agora desconhecida que nosso sistema imunológico coloca em ação.

Interferon

"Nosso estudo altera fundamentalmente nossa compreensão de como o corpo começa a sua defesa contra os vírus. Isso pode ajudar a explicar como podemos ser constantemente expostos a vírus e bactérias que sempre nos rodeiam, sem ativar todo o sistema imunológico todas as vezes, algo que geraria sintomas parecidos com os da gripe quase o tempo todo," explica Soren Riis Paludan, da Universidade de Aarhus (Dinamarca).

Febre, dores musculares e outros sintomas bem conhecidos nas famigeradas "viroses" são sinais típicos que seu sistema imunológico está lutando contra vírus e bactérias. Essas sensações desagradáveis são devidas, entre outras coisas, à produção de uma substância chamada interferon, que deve derrotar o vírus. Até agora, os cientistas assumiam ser esta era a primeira linha de defesa do corpo quando atacado por infecções.

Primeira linha de defesa imunológica

Agora se descobriu que a primeira linha de defesa do corpo não é o interferon, mas sim um mecanismo que começa a trabalhar ainda mais cedo.

Essa reação imunológica inicial é ativada quando as membranas mucosas do corpo são danificadas, como ocorre quando vírus e bactérias tentam estabelecer uma infecção. O sistema imunológico reconhece o vírus e produz uma substância que neutraliza o invasor.

O processo acontece continuamente, dia e noite, sem que tenhamos qualquer consciência dele, já que ele não produz os tradicionais sintomas - em outras palavras, não ficamos doentes.

Se esta primeira reação imunitária não for suficiente para suprimir o vírus, então a infecção se estabelece no corpo, que então aciona a próxima linha de defesa envolvendo o interferon, que ajuda a combater o vírus, mas também significa que ficamos doentes, ou seja, apresentamos sintomas.

Conhecer o mecanismo

"Nós não sabemos ainda a importância precisa deste mecanismo, mas ele pode explicar por que algumas pessoas ficam mais doentes de infecções virais, como a gripe, do que outras. O mesmo pode ser aplicado a outras infecções virais que começam em membranas mucosas, tais como o HIV e o herpes.

"Nós vamos agora começar a mapear as moléculas envolvidas. Quando tivermos feito isso, será possível identificar pessoas com defeitos no mecanismo, existindo um potencial para desenvolver novas formas de tratamento. Ao mesmo tempo, o mecanismo pode vir a ter importância também para doenças não-virais, por isso a continuação das pesquisas nesta área demonstra um grande potencial," disse Paludan.

A descoberta acaba de ser publicada na revista científica Nature Immunology.

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