Estatinas contra derrames
Para muitos pacientes, os medicamentos para diminuir o colesterol podem não apenas reduzir o risco de ataques cardíacos, mas também diminuir o risco de acidentes vasculares cerebrais (AVC), ou derrames.
Esses medicamentos são feitos à base de estatinas, a classe de fármacos mais usada no tratamento de níveis elevados de colesterol no sangue.
Mas neurologistas da Universidade Loyola, nos Estados Unidos, coordenados pelo Dr. Murray Flaster, alertam que as estatinas podem não ser apropriadas para certas categorias de pacientes que estão em situação de risco para AVC.
O artigo foi publicado na edição de agosto da revista Expert Review de Neurotherapeutics.
Prudência
Um estudo histórico, realizado em 2006, constatou que, em pacientes que tiveram derrames ou ataques isquêmicos transitórios (mini-derrames), as estatinas reduziam o risco de novos acidentes vasculares cerebrais em 16 por cento.
Mas este benefício geralmente se aplica apenas a pacientes que tenham sofrido acidentes vasculares cerebrais isquêmicos, que são causados por coágulos de sangue nos vasos sanguíneos do cérebro.
Cerca de 85% dos acidentes vasculares cerebrais são isquêmicos.
E mesmo entre os pacientes com derrame isquêmico, há um pequeno subgrupo que deve ser incluído na terapia de estatina apenas "com prudência", escrevem os pesquisadores.
Estes pacientes são aqueles que tiveram acidentes vasculares cerebrais em pequenos vasos sanguíneos, têm pressão arterial elevada e não-controlada, e consomem mais do que uma dose de álcool por dia.
Tipos de derrame
O quadro é mais variado para os 15% dos pacientes de AVC que tiveram acidente vascular cerebral hemorrágico (causado por um sangramento no cérebro).
Existem dois tipos de acidente vascular cerebral hemorrágico: hemorragia subaracnoide aneurismática (HSA) e hemorragia intracraniana (HIC).
Um acidente vascular cerebral HSA envolve sangramento sobre a superfície do cérebro, enquanto um acidente vascular cerebral HIC envolve sangramento dentro do cérebro.
Tem sido defendido que as estatinas ajudam na recuperação de pacientes com HSA. Embora as conclusões não sejam totalmente fortes, "as evidências gerais favorecem ligeiramente um benefício", dizem os pesquisadores.
Mais pesquisas
Mas terapias com altas doses de estatina "devem ser evitadas como tratamento de rotina em pacientes HIC até os riscos e benefícios serem melhor compreendidos," defendem os cientistas.
As coisas se complicam um pouco mais se um paciente que está usando estatinas experimenta um acidente vascular cerebral HSA ou HIC. "Uma reavaliação da utilidade de continuar usando estatinas nestes pacientes deve ser feita imediatamente após a recuperação," afirmam os cientistas.
Os médicos concluem afirmando que somente novas e mais extensas pesquisas irão dar maior segurança ao uso das estatinas em pacientes com AVC ou na iminência de novos AVCs.
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