Ondas de rádio melhoram olfato sem cirurgia ou produtos químicos

Quando sentimos um cheiro, é porque as moléculas odoríferas geram sinais nervosos no bulbo olfatório do cérebro. Ondas de rádio podem atravessar a testa e estimular diretamente os mesmos nervos, levando a uma maior sensibilidade aos cheiros.
[Imagem: Junsoo Bok et al. - 10.1063/5.0275613]

Como melhorar o olfato?

A epidemia de covid-19 trouxe novas preocupações quanto ao nosso olfato, com a perda de sensibilidade aos cheiros se revelando um efeito colateral duradouro pela infecção com o SARS-CoV-2. Existem poucos tratamentos eficazes contra problemas olfativos, e os que existem geralmente usam aromas fortes ou medicamentos que causam desconforto nos pacientes.

Mas acaba de surgir uma esperança: Cientistas coreanos descobriram uma maneira simples e indolor de melhorar o olfato humano usando ondas de rádio.

Ao contrário da terapia tradicional baseada em aromas, que trata indiretamente a perda do olfato expondo o paciente a substâncias químicas, as ondas de rádio podem atingir diretamente a parte do cérebro responsável pelo olfato, sem causar dor.

"O método é completamente não invasivo - não requer cirurgia ou produtos químicos - e é seguro, pois não superaquece a pele nem causa desconforto," disse o professor Yongwoo Jang, da Universidade Hanyang.

O tratamento consiste em posicionar uma pequena antena de rádio próximo da testa, mas sem tocar a pele. Durante cinco minutos, a antena transmite ondas de rádio suaves, mas que atingem os nervos olfativos localizados profundamente no cérebro.

Os resultados mostraram que a terapia com ondas de rádio melhora o olfato das pessoas, com o efeito persistindo por mais de uma semana após apenas uma seção de tratamento. E não se tratou de recuperar o olfato de pacientes, mas de efetivamente melhor a capacidade das pessoas de sentirem cheiro, já que este estudo inicial foi feito apenas com voluntários saudáveis.

"Este estudo representa a primeira vez que o olfato de uma pessoa foi melhorado usando ondas de rádio sem qualquer contato físico ou produtos químicos, e a primeira tentativa de explorar a estimulação por radiofrequência como uma terapia potencial para condições neurológicas," disse Jang.