16/07/2019

Serotonina pode explicar sintomas considerados imaginários pela medicina

Redação do Diário da Saúde
Encontrada explicação fisiológica para sintomas de origem psicológica
Só recentemente se obteve a primeira imagem dos receptores de serotonina - vários dos estudos envolvendo o neurotransmissor têm questionado a função dos antidepressivos.
[Imagem: Case Western Reserve University School of Medicine]

Conscientização somática aguçada

A serotonina pode estar envolvida em uma condição em que os pacientes experimentam desconfortos físicos para os quais não há explicação fisiológica.

A condição é chamada pelos médicos de "conscientização somática aguçada", quando os pacientes frequentemente experimentam sintomas inexplicáveis pela fisiologia tradicional, incluindo dores de cabeça, articulações doloridas, náusea, constipação ou comichão na pele, que causam sofrimento emocional e aumentam em até duas vezes a chance de desenvolver dor crônica.

A condição está associada a doenças como fibromialgia, artrite reumatoide e desordens temporomandibulares, e tem sido padrão no campo médico considerá-la de origem psicológica - algo que agora está sendo contestado.

"Pense no conto de fadas da princesa e da ervilha. A princesa da história tinha extrema sensibilidade, podendo sentir uma pequena ervilha por baixo de uma pilha de 20 colchões. Esta é uma boa analogia de como alguém com consciência somática aguçada pode sentir; eles têm desconfortos causados por uma pequena ervilha que os médicos parecem não encontrar ou ver, mas é muito real," detalha o Dr. Samar Khoury, da Universidade McGill (EUA).

Controle da serotonina

A equipe do Dr. Khoury pesquisou uma série de pacientes que sofrem de sintomas somáticos e constatou que eles compartilham uma variante genética comum.

A mutação leva ao mau funcionamento de uma enzima crítica para a produção da serotonina, um neurotransmissor com numerosas funções biológicas.

"Acreditamos que este trabalho é muito importante para os pacientes porque agora podemos fornecer uma explicação biológica dos seus sintomas. Acreditava-se muitas vezes que havia problemas psicológicos ou psiquiátricos, que o problema estava na cabeça daquele paciente, mas nosso trabalho mostra que esses pacientes têm níveis mais baixos de serotonina no sangue," disse a pesquisadora Luda Diatchenko.

"O próximo passo para nós será ver se somos capazes de controlar os níveis de serotonina, a fim de aliviar esses sintomas," finalizou Diatchenko.

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