04/10/2023

Conheça o espectro de dependência da internet: Onde você está na escala?

Redação do Diário da Saúde
Estudo apresenta novo espectro de dependência da internet: Onde você está na escala?
Há uma década que especialistas afirmam que o vício em telefone celular é uma realidade.
[Imagem: PublicDomainPictures/Pixabay]

Dependência e vício em internet

Está preocupado se você está viciado em tecnologia ou em redes sociais? Mas como medir seu comportamento? Como avaliar se o tempo que você gasta online já é problemático ou não?

Brigitte Stangl e colegas da Universidade de Surrey (Reino Unido) queriam ter respostas para essas questões, e então fizeram um estudo que fornece parâmetros para essas comparações.

Os dados mostram que as pessoas mais jovens (24 anos ou menos) passam em média seis horas por dia online, utilizando principalmente os seus celulares. As pessoas mais velhas (com 24 anos ou mais) passam 4,6 horas online em média.

O resultado mais importante, contudo, é que os dados apresentam um novo espectro de dependência da internet, categorizando os usuários do mundo digital em cinco grupos:

  • Usuários casuais (14,86%): Este grupo fica online principalmente para tarefas específicas e se desconecta sem se demorar. Não apresentam sinais de dependência e geralmente são mais velhos, com idade média de 33,4 anos. Eles são os menos interessados em explorar novos aplicativos.
  • Usuários iniciantes (22,86%): Estes indivíduos muitas vezes ficam online por mais tempo do que o planejado inicialmente e são um tanto negligentes nas tarefas domésticas, mas não se consideram viciados. Eles têm interesse moderado em aplicativos e têm idade média de 26,1 anos.
  • Experimentadores (21,98%): Este grupo sente-se inquieto ou ansioso quando não está conectado à internet. Depois de ficarem online, eles se sentem melhor. Os experimentadores estão mais dispostos a experimentar novos aplicativos e tecnologias, e sua idade média está entre 22,8 e 24,3 anos.
  • Viciados em negação (17,96%): Esses usuários apresentam comportamentos viciantes, como formar novos relacionamentos online e negligenciar as responsabilidades do mundo real para ficar online. No entanto, eles não admitem que se sentem desconfortáveis quando não estão conectados. Eles também são bastante confiantes no uso da tecnologia móvel.
  • Viciados (22,36%): Este grupo reconhece abertamente a sua dependência da internet e reconhece o seu impacto negativo nas suas vidas. Eles são os mais confiantes no uso de novos aplicativos e tecnologias. O tempo deles online é significativamente maior do que o dos usuários casuais.

"O nosso principal objetivo foi esclarecer a diferença entre usar a internet de forma problemática e ser viciado nela. Descobrimos que, quanto mais jovem você for, maior será a probabilidade de ficar viciado em internet, e essa tendência diminui com a idade. Também queríamos explorar como a gravidade do vício em internet afeta a experiência dos usuários com aplicativos novos e de alta tecnologia, como a realidade aumentada," disse a professora Stangl.

Estudo apresenta novo espectro de dependência da internet: Onde você está na escala?
Uma boa notícia é que a concentração perdida com uso da tecnologia pode ser recuperada.
[Imagem: natureaddict/Pixabay]

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Os pesquisadores não encontraram nenhuma ligação entre gênero e comportamento online. Além disso, níveis mais elevados de dependência correlacionaram-se com uma maior confiança na utilização da tecnologia móvel, particularmente uma maior vontade de experimentar novos aplicativos.

O estudo também descobriu que as experiências emocionais (as emoções sentidas ao usar um aplicativo) previram fortemente o comportamento futuro de todos os grupos ao interagir com a realidade aumentada. Em contraste, as experiências de ação (navegar em um site ou jogar um jogo) eram em sua maioria irrelevantes para os viciados.

"Nosso estudo ressalta a necessidade de intervenções personalizadas e apoio para indivíduos em vários estágios do vício em internet. As descobertas certamente influenciarão o projeto e o desenvolvimento de serviços digitais e aplicativos de realidade aumentada, garantindo que eles atendam às diversas necessidades dos usuários no atual ambiente digital," concluíram os pesquisadores.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Internet addiction continuum and its moderating effect on augmented reality application experiences: digital natives versus older users
Autores: Brigitte Stangl, Margit Kastner, Sangwon Park, Dandison Ukpabi
Publicação: Journal of Travel & Tourism Marketing
Vol.: 40:1, 38-54
DOI: 10.1080/10548408.2023.2199776
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