28/11/2017

Exames para medir envelhecimento dão resultados conflitantes

Redação do Diário da Saúde
Exames para medir envelhecimento dão resultados conflitantes
Talvez seja melhor parar de se comparar com seus amigos e se preparar para chegar bem aos 100 anos de idade.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Exames para medir envelhecimento

Quer se trate de um teste on-line, um exame de cromossomos que custa US$ 300 ou um exame de sangue que custa US$ 800 - nem todos ainda disponíveis no Brasil -, muitas pessoas parecem estar interessadas em saber se estão envelhecendo mais rápido ou mais lento do que sua idade cronológica.

Infelizmente, essas pessoas fariam muito melhor se apenas esperassem para ver.

Uma comparação direta de 11 diferentes produtos e serviços comercializados como "medidores de envelhecimento", incluindo exames de sangue e de cromossomos, revelou que eles não concordam uns com os outros sobre a rapidez com que uma determinada pessoa envelhece.

"Com base nesses resultados, eu diria que é prematuro comercializar testes de envelhecimento para o público," disse o professor Daniel Belsky, da Universidade Duke (EUA), que coordenou o comparativo.

Exame dos telômeros

Os pesquisadores basearam-se em medidas físicas de envelhecimento, incluindo equilíbrio, coordenação motora, limitações físicas, função e declínio cognitivo, saúde autorrelatada e envelhecimento facial - este último item avaliado por terceiros.

Medir o comprimento dos telômeros, por exemplo, as tampas protetoras do DNA no final dos cromossomos, que diminuem à medida que envelhecemos, não mostrou nenhuma capacidade de prever mudanças físicas ou cognitivas, exceto possivelmente o envelhecimento facial, contou Belsky.

A descoberta de que os tampões dos telômeros protegem a célula do envelhecimento valeu o Prêmio Nobel de Medicina de 2009 e agora está disponível na forma de um teste de envelhecimento que custa US$ 300.

"Os telômeros são um mecanismo fundamental do envelhecimento e da prevenção do câncer, isso é verdade," ressaltou Stephen Kritchevsky, da Universidade Wake Forest, que não esteve envolvido neste comparativo. "Mas dizer que é útil medi-los em uma pessoa de 50 anos para ver se ela está envelhecendo [muito rápido] é uma coisa diferente."

Mais do que isso, ainda que a informação dada por esses exames fosse fidedigna, não há nada que as pessoas que pagam por esses exames pudessem fazer com a informação, a não ser as medidas de estilo de vida já conhecidas por todos, como atividades físicas, alimentação saudável, fugir de substâncias tóxicas, incluindo álcool e tabaco, e etc.

Complicou

A comparação se baseou em um estudo de longo prazo envolvendo cerca de 1.000 pessoas em Dunedin (Nova Zelândia), que foram estudadas extensivamente desde o nascimento até os 38 anos de idade.

Os pesquisadores envolvidos neste estudo haviam anunciado anteriormente que um conjunto de 18 medidas biológicas poderia ser usado para prever o ritmo do envelhecimento, com base em como esses marcadores haviam mudado entre os 26 e os 38 anos em um determinado indivíduo.

Mas quando eles expandiram sua análise para verificar se essas e outras medições apontavam na mesma direção aos 38 anos, a imagem ficou muito menos clara.

"As pessoas envelhecem em taxas diferentes e a medicina geriátrica precisa de uma maneira de medir isso," disse Belsky. "Mas quando se mede todo tipo de aspecto diferente da fisiologia de uma pessoa, de genes a marcadores sanguíneos, você vê um bocado de desacordo."

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