Há anos os médicos sabem que os "analgésicos físicos", como o ibuprofeno, também podem ajudar a aliviar a dor emocional.
Essa prática é baseada em estudos experimentais, que mostram que o medicamento de fato tem algum efeito para as chamadas dores sociais.
Mas novas pesquisas sugerem que o ibuprofeno tem efeitos opostos sobre homens e mulheres.
Homens que tomaram o medicamento relataram sentimentos de rejeição mais fortes, enquanto as mulheres disseram se sentir melhor, relatando alívio da dor.
Dores opostas
Os cientistas geralmente consideram que sentimentos feridos e ferimentos físicos são fenômenos distintos. Mas as pesquisas de neurociências mais recentes concluíram que os dois tipos de dor ativam regiões semelhantes do cérebro.
A surpresa é que as diferenças de gênero revelam formas opostas de atenuar a dor social em homens e mulheres.
As mulheres que tomaram ibuprofeno tiveram uma sensação de sentimentos feridos muito menos intensa do que os homens quando elas foram excluídas de um jogo e quando reviveram uma experiência dolorosa.
Quanto aos homens nas mesmas situações, não é que o medicamento não tenha tido efeito: os voluntários sentiram mais dor em ambas as situações do que quando não tomaram o ibuprofeno.
Lidar com a dor social
Para a Dra. Anita Vangelisti, da Universidade do Texas em Austin (EUA), além de mais estudos para tentar identificar como a dor física e a dor social estão ligadas, é necessário identificar a forma como homens e mulheres pensam e expressam seus sentimentos, o que pode ser uma das razões para explicar essa diferença tão marcante.
"É possível que tomar analgésicos para dores físicas dê aos homens mais recursos cognitivos para que eles expressem a dor que sentem," teoriza ela.
A esse respeito, outros estudos já mostraram que o cérebro libera um analgésico natural quando a pessoa sente uma dor emocional, como levar um fora.
"Ferir os sentimentos é uma parte de qualquer relacionamento próximo, de forma que aprender a pensar e falar sobre a dor social que experimentamos em nossos relacionamentos é importante," disse.
"Assim, compreender as diferenças na forma como homens e mulheres lidam com seus sentimentos feridos pode ser um grande avanço para ajudar os casais a lidar com esses sentimentos em seus relacionamentos amorosos e conjugais," acrescenta a pesquisadora.
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