30/01/2015

Luz substitui agulha em exame de recém-nascidos

Redação do Diário da Saúde
Luz substitui agulha em exame de recém-nascidos
O novo sensor dispensa totalmente a coleta de sangue, e deverá ser particularmente útil para evitar hipoglicemia em recém-nascidos prematuros.
[Imagem: Empa]

Engenheiros e médicos suíços desenvolveram um sensor capaz de medir a concentração de açúcar no sangue apenas fazendo contato com a pele, dispensando a coleta de amostras de sangue.

O aparelho, batizado de "Glucolight", deverá ser utilizado inicialmente em bebês prematuros para evitar a hipoglicemia - se a hipoglicemia se desenvolve sobretudo em bebês prematuros, e persiste por mais de uma hora, o desenvolvimento do cérebro da criança pode ser afetado.

A fim de evitar isso, os níveis de açúcar no sangue dos bebês precisam ser medidos em intervalos regulares, o que, até agora, significava a necessidade da retirada de várias amostras de sangue. Isso, contudo, é inviável para a maioria dos prematuros, que são sensíveis demais.

Sem sangue mesmo

A equipe do instituto EMPA e do Hospital Universitário de Zurique se uniram então para desenvolver o sensor "Glucolight", que mede os níveis de açúcar no sangue através da pele, sem depender de amostras de sangue.

Embora já existam sensores de pele, eles precisam ser calibrados antes da utilização, o que significa conhecer com precisão o valor da permeabilidade da pele da pessoa - e isso só pode ser feito coletando uma amostra de sangue, o que não resolve o problema dos bebês prematuros.

O novo sensor dispensa essa calibração graças a uma nova tecnologia de medição que compreende várias técnicas operando em conjunto: uma cabeça de medição de microdiálise, uma membrana "inteligente"; fontes de luz; uma bomba e um biochip microfluídico dotado de um fluorômetro.

Sensor de glicose com luz

A medição do nível de glicose no sangue começa com a colocação da cabeça de medição, que tem cerca de três centímetros, sobre a pele do bebê enquanto ela é iluminada com luz visível, emitida por uma pequena lanterna. Isso faz com que algumas moléculas de glicose se difundam da pele para a membrana do sensor.

Quando passa pela membrana, a glicose é misturada com um líquido e bombeada para o biochip, enquanto enzimas são adicionadas para desencadear uma reação. Durante a reação, surge uma fluorescência, que é detectada e medida pelo fluorômetro.

O processo é então repetido com luz UV (ultravioleta) e um programa rodando em um computador usa essas duas leituras diferentes para calcular os níveis de açúcar no sangue do bebê prematuro com grande precisão.

A equipe suíça afirma que o aparelho permitirá o monitoramento efetivo de todos os recém-nascidos prematuros, independentemente de tamanho, peso e idade gestacional, evitando que eles sofram danos cerebrais permanentes.

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