06/02/2009

Médico usa carreta para fazer exames gratuitos para população carente

Ivy Farias - Agência Brasil

O médico Roberto Kikawa criou um projeto inovador: uma carreta da saúde capaz de atender 200 pacientes e realizar 600 exames por dia. Com um investimento de R$ 2,7 milhões, o doutor Kikawa reuniu uma equipe com cerca de 25 profissionais e atendeu hoje (5), em Guarulhos, região metropolitana de São Paulo, aproximadamente 100 pessoas da comunidade.

"Queria reunir as três esferas para fazer um diagnóstico do câncer nas pessoas o quanto antes: as empresas, o governo e a sociedade", comentou Kikawa.

Atalho de emergência

Segundo o médico, a intenção era fazer "uma ponte" entre os atendimentos primários e o tratamento dos pacientes. "A demora pelo exame impede que se detecte o câncer no início. Esta iniciativa é importante porque também desonera os hospitais dos custos dos exames", afirmou.

A auxiliar administrativa Maria Aparecida Faria fez uma mamografia há mais de dez anos. "Tem um ano que estou na fila para tentar fazer a outra", disse.

Hoje, Maria Aparecida foi atendida pela equipe do doutor Kikawa, que, segundo ela, a poupou de um ano de espera. "Como não tenho convênio médico, dependo do posto de saúde, que tem uma fila de espera de dois anos. Esta foi uma oportunidade única", disse.

Especialidades atendidas

Além da mamografia, os médicos conseguem também prestar atendimento nas especialidades de cardiologia, oftalmologia e dermatologia, entre outras.

"Nós queremos dar instrumentos para as pessoas se tratarem, Estes instrumentos não são apenas tecnológicos, o atendimento humano é essencial", afirmou Kikawa, que já viveu esse tipo de problema na própria família, quando era estudante de medicina e o pai morreu de câncer de laringe. "Naquela época conheci um médico japonês voluntário que me explicou que a família também ficava doente e era preciso tratá-la", lembrou.

Pacientes sem possibilidade de cura

Segundo Kikawa, essa foi uma das motivações que o levaram à atender famílias cujos parentes não tinham mais nenhuma possibilidade clínica de cura. "Depois de 15 anos de atendimento, percebi que precisava prevenir e educar as pessoas", afirmou.

O médico revelou que a idéia da carreta surgiu depois de uma visita aos Estados Unidos, onde conheceu um projeto semelhante. No começo do ano passado, conseguiu viabilizar o projeto no Brasil.

Kikawa informou que, em 2008, conseguiu prestar 3.500 atendimentos. Ele revelou que mais de 40 cidades no país estão agendadas para receber a visita da carreta da saúde. "Entramos em contato com a Secretaria de Saúde de cada município. Além dos tratamentos, também damos palestras", disse.

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