28/09/2023

Nanopartículas tratam tumor primário e metástases simultaneamente

Redação do Diário da Saúde
Nanopartículas tratam tumor primário e metástases simultaneamente
A terapia com nanopartículas funcionalizadas funciona tanto contra o tumor primário como contra metástases espalhadas pelo corpo, mesmo que não tenham sido ainda detectadas.
[Imagem: Huiling Zhou et al. - 10.1038/s41467-023-40826-5]

Nanopartículas contra o câncer

Cientistas desenvolveram nanopartículas que se acumulam nas células cancerígenas, matando essas células tumorais quando são ativadas por luz.

Além disso, as nanopartículas são "rotuladas", de forma que as células do sistema imunológico aprendem a eliminar células semelhantes em todo o corpo. Isto significa que mesmo metástases não detectadas podem ser tratadas com esta nova abordagem.

Se um tumor já não fosse difícil o suficiente de se tratar, as células de um tumor primário crescem no tecido circundante e viajam através da corrente sanguínea e do sistema linfático até órgãos distantes, onde formam metástases, ou tumores metastáticos secundários.

"Embora agora tenhamos métodos eficazes para combater tumores primários, as metástases ainda são muito difíceis de tratar," disse o Dr. Johannes Karges, da Universidade Ruhr de Bochum (Alemanha). "Noventa por cento das pessoas que morrem de câncer morrem de metástases e de regressão tumoral, e não do tumor primário."

A nova técnica consiste em acondicionar os medicamentos quimioterápicos dentro das nanopartículas, que são então injetadas na corrente sanguínea do paciente.

"Os tumores crescem rápida e incontrolavelmente e, portanto, seus tecidos apresentam vazamentos", explicou Karges. "Ao contrário dos tecidos saudáveis, as nanopartículas acumulam-se facilmente neles. Isto também significa que as partículas se acumulam preferencialmente nas células tumorais."

Nanopartículas contra as metástases

No momento da administração, o medicamento ainda está inativo. Ele só entra em ação quando é ativado com luz. Assim, é possível esperar até que nanopartículas suficientes se acumulem no tumor. Após esse fornecimento de energia luminosa, o componente ativo garante que ocorra a morte celular imunogênica: As células tumorais contendo as nanopartículas fotoativadas são eliminadas e o tumor pode ser totalmente eliminado.

Mas isso não é tudo: As nanopartículas e o seu efeito induzido pela luz causam um enorme estresse oxidativo no retículo endoplasmático das células do tumor tratado. "Isso alerta o próprio sistema imunológico do corpo," explicou Karges. "As células imunológicas reconhecem que algo está completamente errado com células desse tipo e que, portanto, essas células precisam ser eliminadas."

Isto se aplica não apenas às células do tumor fototratado, mas a todas as células do mesmo tipo em todo o corpo. "Assim, o sistema imunológico começa a procurar mais metástases e as torna inofensivas," disse Karges.

O tratamento experimental funcionou em cultura de células e em modelos animais. Agora será necessário contar com a colaboração da indústria farmacêutica para que os testes clínicos em humanos possam começar.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Theranostic imaging and multimodal photodynamic therapy and immunotherapy using the mTOR signaling pathway
Autores: Huiling Zhou, Dongsheng Tang, Yingjie Yu, Lingpu Zhang, Bin Wang, Johannes Karges, Haihua Xiao
Publicação: Nature Communications
Vol.: 14, Article number: 5350
DOI: 10.1038/s41467-023-40826-5
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