07/02/2020

Nozes protegem o coração reforçando as bactérias intestinais

Redação do Diário da Saúde
Nozes protegem o coração reforçando as bactérias intestinais
Também já se sabia que as nozes melhoram a memória, concentração e raciocínio.
[Imagem: California Walnut Commission]

Nozes e bactérias benéficas

Em um ensaio clínico controlado e randomizado, pesquisadores confirmaram que comer nozes diariamente como parte de uma dieta saudável está associado ao aumento de bactérias benéficas no intestino, que ajudam a promover a saúde.

Além disso, essas alterações nas bactérias intestinais mostraram-se associadas a melhorias em alguns fatores de risco para doenças cardíacas.

Este é o segundo ensaio clínico anunciado em menos de um ano mostrando que as nozes melhoram a saúde atuando sobre bactérias benéficas.

"Substituir o seu petisco habitual - especialmente se for um lanche não saudável - por nozes é uma pequena mudança que você pode fazer para melhorar sua dieta. Evidências substanciais mostram que pequenas melhorias na dieta beneficiam muito a saúde. Comer de duas a três porções [porções de 28 gramas] de nozes por dia como parte de uma dieta saudável pode ser uma boa maneira de melhorar a saúde intestinal e reduzir o risco de doença cardíaca," disse a professora Kristina Petersen, da Universidade Estadual da Pensilvânia, coordenadora do ensaio.

Pesquisas anteriores mostraram que as nozes podem ter benefícios saudáveis para o coração quando combinadas com uma dieta pobre em gorduras saturadas. Por exemplo, trabalhos anteriores demonstraram que comer nozes inteiras diariamente reduz os níveis de colesterol e a pressão arterial.

Nozes e óleos das nozes

Todos os voluntários participantes do estudo apresentavam sobrepeso ou obesidade, tinham entre 30 e 65 anos de idade e, antes do início do estudo, foram submetidos a uma dieta tradicional média - nos EUA - por duas semanas.

Após essa dieta "de amaciamento", os participantes foram aleatoriamente designados para uma de três dietas, todas com menos gordura saturada do que a dieta de amaciamento. Uma das dietas incluía nozes inteiras, outra incluía a mesma quantidade de ácido alfa-linolênico (ALA) e ácidos graxos poliinsaturados, mas sem nozes, enquanto a última substituía parcialmente o ácido oleico (outro ácido graxo) pela mesma quantidade de ALA encontrada em nozes, mas também sem nozes.

Ou seja, em todas as três dietas, nozes ou óleos vegetais substituíram a gordura saturada, e todos os participantes seguiram cada dieta por seis semanas, com um intervalo entre os períodos de cada dieta.

A ingestão de nozes apresentou os melhores benefícios.

"A dieta das nozes enriqueceu uma série de bactérias intestinais que têm sido associadas a benefícios à saúde," disse Petersen. "Uma delas é a Roseburia, que tem sido associada à proteção do revestimento intestinal. Também vimos enriquecimento na Eubacteria elegens e na Butyricicoccus."

Nozes e saúde do coração

Os pesquisadores também descobriram que, após a dieta das nozes, houve associações significativas entre mudanças nas bactérias intestinais e os fatores de risco para doenças cardíacas.

A Eubacterium elegens foi inversamente associada a alterações em várias medidas diferentes da pressão arterial, sugerindo que um maior número dessa bactéria benéfica leva a maiores reduções nesse fator de risco.

Além disso, um número maior de Lachnospiraceae foi associado a maiores reduções na pressão arterial, colesterol total e colesterol não-HDL. Não houve correlações significativas entre enriquecimento de bactérias e fatores de risco para doenças cardíacas após as outras duas dietas, sem nozes.

"As descobertas contribuem para o que sabemos sobre os benefícios para a saúde das nozes, desta vez avançando para seus efeitos na saúde intestinal," disse Penny Kris-Etherton, membro da equipe. "O estudo nos dá pistas de que as nozes podem mudar a saúde intestinal, e agora estamos interessados em expandir isso e investigar como isso pode afetar os níveis de açúcar no sangue".

Checagem com artigo científico:

Artigo: Walnuts and Vegetable Oils Containing Oleic Acid Differentially Affect the Gut Microbiota and Associations with Cardiovascular Risk Factors
Autores: Alyssa M. Tindall, Christopher J. McLimans, Kristina S. Petersen, Penny M. Kris-Etherton, Regina Lamendella
Publicação: Journal of Nutrition
Vol.: nxz289
DOI: 10.1093/jn/nxz289
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