04/12/2018

OMS revela diferenças no uso de antibióticos entre 65 países

Redação do Diário da Saúde

A Organização Mundial da Saúde (OMS) detectou amplas diferenças no consumo de antibióticos em diversos países. Pela primeira vez, o organismo internacional coletou dados sobre o consumo desses medicamentos em 65 países.

O relatório aponta grandes discrepâncias nas taxas de consumo entre os países, variando de aproximadamente quatro doses diárias por cada mil habitantes até mais de 64 doses diárias por cada mil habitantes.

A Região Europeia teve um consumo médio de 17,9 doses diárias para cada mil habitantes por dia, com uma diferença de quase quatro vezes entre os países de menor e maior consumo na região.

O Brasil apresentou um consumo médio de 22,75 doses diárias para cada mil habitantes por dia.

"O uso excessivo e inadequado de antibióticos é a principal causa de resistência antimicrobiana. Sem antibióticos eficazes e outros antimicrobianos, perderemos nossa capacidade de tratar infecções comuns, como a pneumonia," disse Suzanne Hill, diretora da OMS. "Os resultados deste relatório confirmam a necessidade de tomar medidas urgentes, como a aplicação de políticas de prescrição, para reduzir o uso desnecessário de antibióticos."

Por outro lado, a grande diferença no uso dos antibióticos em todo o mundo indica que alguns países podem não ter acesso suficiente a esses medicamentos que salvam vidas.

Tipos de antibióticos utilizados

O relatório conclui que a amoxicilina e a amoxicilina/ácido clavulânico são os antibióticos mais utilizados em todo o mundo. Esses medicamentos são recomendados pela OMS como tratamento de primeira ou segunda linha para infecções comuns e pertencem à categoria "acesso" da Lista de Medicamentos Essenciais da OMS. Em 49 países, essa categoria representa mais de 50% do consumo de antibióticos.

Os antibióticos considerados de mais amplo espectro, como as cefalosporinas de terceira geração, as quinolonas e os carbapenêmicos, são categorizados como antibióticos de "alerta", que devem ser utilizados com cautela devido ao seu alto potencial de causar resistência antimicrobiana e/ou seus efeitos colaterais. Este relatório mostra uma ampla gama de consumo de antibióticos na categoria "alerta", de menos de 20% do consumo total de antibióticos em alguns países a mais de 50% em outros.

Os antibióticos do grupo "restrição", que devem ser usados com indicação adequada para o tratamento de infecções específicas causadas por bactérias multirresistentes, representam menos de 2% do consumo total de antibióticos na maioria dos países de alta renda; os dados não foram relatados pela maioria dos de baixa e média renda. Isso pode indicar que alguns deles podem não ter acesso a esses medicamentos, necessários para o tratamento de infecções complicadas multirresistentes.

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