04/07/2023

Pesquisadores brasileiros depositam patente para tratamento do câncer de mama

Redação do Diário da Saúde

Proteína p53

Pesquisadores brasileiros depositaram um pedido de patente no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI) para um tratamento inédito contra o câncer de mama.

A terapia utiliza um novo composto sintético direcionado a uma proteína chamada p53, quando ela apresenta uma mutação que pode levar ao desenvolvimento do câncer. Os testes realizados pela equipe mostraram que essa substância é capaz de reverter a função danosa que a mutação provoca na proteína.

A proteína p53 supostamente deveria ser a guardiã do genoma humano, já que ela funciona como protetora do DNA, suprimindo o aparecimento de tumores. Contudo, quando ela sofre uma mutação dentro do organismo, ela perde sua função protetora e passa a estimular o crescimento do tumor e a torná-lo mais resistente aos medicamentos.

"Ela passa a trabalhar contra e essa célula passa a ser uma célula tumoral. Em mais de 90% das células tumorais, a proteína p53 sofre mutação e perde a função dela," explicou o professor Vítor Ferreira, que liderou a equipe, que reúne pesquisadores das universidades Federal Fluminense (UFF) e Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Candidato a medicamento

O candidato a medicamento foi derivado de uma naftoquinona, que é uma substância produzida pelo metabolismo de quase todos os seres vivos, das algas, líquens e fungos às plantas e animais, incluindo os seres humanos.

O grupo levou seis anos de trabalho até descobrir a substância e descrever seu mecanismo de ação, ou seja, como ela atua na p53.

O composto foi obtido - de forma sintética - a partir da vitamina K3 e possui atividade dez vezes mais potente que outras drogas na redução dos tumores de mama, em especial para os tumores de mama que possuem a proteína p53 alterada.

"A gente acredita que essa substância é a mais promissora de todas porque deu um efeito grande, inclusive reduzindo o tumor em animais e atuando, principalmente, na descoberta, que o nosso grupo foi pioneiro, que é a capacidade de mutações da p53," afirmou Jerson Lima, membro da equipe.

Ensaios clínicos

Os pesquisadores já estão conversando com uma empresa farmacêutica que estaria interessada em realizar os estudos clínicos em humanos.

Essa etapa é necessária e pode resultar na fabricação do primeiro fármaco no Brasil para tratamento de câncer de mama, destacou Vítor.

Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Desenvolvimento de Medicamentos

Câncer

Saúde da Mulher

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.