11/10/2016

Planta do cerrado começa a virar medicamento contra doença de Chagas

Com informações da Unesp
Planta do cerrado começa a virar medicamento contra doença de Chagas
O novo medicamento é extraído da planta medicinal cervejinha-do-campo.
[Imagem: Unesp]

Cervejinha-do-campo

Pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) estão desenvolvendo um novo fármaco para o tratamento da doença de Chagas feito à base da planta medicinal cervejinha-do-campo (Arrabidaea brachypoda), nativa no cerrado brasileiro.

A pesquisadora Cláudia Quintino da Rocha conseguiu isolar uma molécula inédita da planta e conseguiu excelentes resultados contra o parasita Trypanosoma cruzi, causador da doença de Chagas, nos testes iniciais em culturas de células (in vitro) e em animais de laboratório (in vivo).

Um dado importante da pesquisa é que, nas doses testadas até o momento, o composto não apresentou toxicidade significativa.

"Ao olhar para essa planta, nas pastagens de Minas Gerais, as pessoas nem imaginam que ela pode ter um grande potencial terapêutico", ressaltou o professor Wagner Vilegas, membro da equipe. "Trata-se de uma atividade promissora, mas ainda são necessários mais testes até que se chegue ao uso em humanos. São etapas longas, complicadas, custosas, mas que precisam ser feitas."

Tratamento de Chagas e efeitos colaterais

Atualmente, existem no mercado apenas dois medicamentos para tratamento da doença de Chagas: o nifurtmox e o benzonidazol.

O primeiro apresenta reduzido poder tripanocida (capacidade de matar o parasita), uma vez que é eliminado rapidamente no plasma e deve ser administrado continuamente. Além disso, apresenta inúmeros efeitos colaterais como náuseas, vômitos, dores estomacais, entre outros. Já o benzonidazol não pode ser usado no tratamento pediátrico e causa fortes reações adversas, semelhantes ao nifurtmox.

Além disso, 40% dos pacientes sentem fortes efeitos colaterais, como dores de cabeça, fadiga, insuficiência renal, diarreia, enjoos e vômitos.

"O uso da nova substância poderá tornar o tratamento da doença tão eficaz quanto os que já existem, porém sem efeitos colaterais", disse Cláudia.

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