24/09/2021

Que tal cultivar e comer sua própria vacina?

Redação do Diário da Saúde
Plantas com vacinas: Que tal cultivar e comer sua própria vacina?
Vacinas de comer: Bem melhor do que uma injeção no braço, não?
[Imagem: Piqsels]

Vacinas em plantas

O futuro das vacinas pode se parecer mais com comer uma salada do que levar uma injeção no braço.

Cientistas estão estudando como transformar plantas comestíveis, como a alface e o espinafre, em fábricas de vacinas de mRNA.

A tecnologia de RNA mensageiro, ou mRNA, saiu dos laboratórios pela primeira vez nas vacinas contra a covid-19: Em vez de um vírus atenuado, essas moléculas ensinam nossas células a reconhecer e nos proteger contra patógenos específicos.

Um dos desafios dessa nova tecnologia é que as vacinas devem ser mantidas sob forte refrigeração, para manter a estabilidade do fármaco durante o transporte e o armazenamento, o que encarece o processo todo e dificulta levar as vacinas até populações mais afastadas ou de locais carentes.

Se este novo projeto for bem-sucedido, as vacinas de mRNA à base de plantas - que podem ser ingeridas - poderão resolver esse problema, já que as plantas podem são armazenadas em temperatura ambiente.

Os objetivos do projeto são três: Mostrar que o DNA contendo as vacinas de mRNA pode ser entregue com sucesso na parte das células da planta onde se replicará, demonstrar que as plantas podem produzir mRNA em quantidade comparável à de uma injeção tradicional e, finalmente, determinar a dosagem correta.

"Em termos ideais, uma única planta produziria mRNA suficiente para vacinar uma única pessoa," explica o professor Juan Pablo Giraldo, da Universidade da Califórnia de Riverside (EUA). "Estamos testando essa abordagem com espinafre e alface e temos metas de longo prazo de as pessoas cultivarem em seus próprios jardins. Os agricultores também poderão, eventualmente, cultivar campos inteiros delas."

Plantas com vacinas: Que tal cultivar e comer sua própria vacina?
Cloroplastos (magenta) em folhas que expressam uma proteína verde fluorescente. O DNA que codifica para a proteína foi entregue por nanomateriais sem ajuda mecânica, apenas aplicando uma gota da nanoformulação na superfície da folha.
[Imagem: Israel Santana/UCR]

Trabalho a fazer

A chave para criar plantas contendo vacinas está nos cloroplastos, pequenos órgãos nas células vegetais que convertem a luz solar em energia que a planta pode usar.

"Nossa ideia é reaproveitar nanopartículas de ocorrência natural, ou seja, vírus de plantas, para entregar os genes às plantas," explicou a pesquisadora Nicole Steinmetz, da Universidade da Califórnia de San Diego. "Precisamos desenvolver a engenharia para fazer as nanopartículas irem para os cloroplastos e também para torná-los não infecciosos para as plantas."

"Estou muito animado com todas essas pesquisas," disse Giraldo. "Acho que elas podem ter um grande impacto na vida das pessoas."

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