12/12/2022

Polímero cicatriza ferida diabética em quatro dias

Redação do Diário da Saúde
Polímero cicatriza ferida diabética em quatro dias
O segredo está na química superficial do polímero que forma o curativo.
[Imagem: Arsalan Latif et al. - 10.1002/adma.202208364]

Curativo de polímero

Pesquisadores descobriram um novo material que pode ser aplicado em feridas crônicas para cicatrizá-las mais rapidamente - e com apenas uma única aplicação.

É uma nova classe de polímero que pode fornecer instruções para as células do sistema imunológico e outras não imunes para ajudar na cicatrização de feridas difíceis de tratar, como acontece nos pacientes diabéticos.

A cicatrização de ferimentos é um processo biológico complexo que envolve vários tipos de células trabalhando em conjunto, com um tipo de célula chamado fibroblastos desempenhando um papel crítico na formação de novos tecidos necessários para a cicatrização. O diabetes pode interromper esses processos nas células, retardando a cicatrização das feridas lenta e tornando-as difíceis de tratar. Isso pode levar à infecção e, em casos extremos, à necessidade de amputação.

Arsalan Latif e seus colegas da Universidade de Nottingham (Reino Unido), examinaram 315 superfícies poliméricas diferentes, analisando as diferentes composições químicas de cada uma até identificar um tipo de polímero que impulsiona ativamente os fibroblastos e as células imunológicas para promover a cicatrização.

"Nós rastreamos 315 superfícies poliméricas diferentes para identificar candidatos que direcionariam ativamente os fibroblastos para fenótipos funcionais pró ou anti-proliferativos. Foram identificadas químicas instrutivas dos fibroblastos, que sintetizamos em surfactantes para fabricar micropartículas fáceis de administrar para aplicação direta em feridas diabéticas," escreveu a equipe.

Curativo pronto para diabéticos

Identificado o melhor polímero, ele foi então usado para construir pequenos emplastros, concentrando-se o polímero na superfície desses curativos.

Quando aplicado em uma ferida em um modelo animal, o novo curativo triplicou a atividade dos fibroblastos em um período de até 96 horas, alcançando mais de 80% de fechamento da ferida, algo inédito na literatura científica.

Segundo a equipe, a descoberta pode ter uso imediato, já que o polímero pode ser aplicado como revestimento para curativos fabricados industrialmente, permitindo um tratamento rápido e eficaz.

"Esta pesquisa é um passo significativo para a criação de um novo tratamento eficaz e de baixo custo para feridas diabéticas. Os resultados que vimos foram alcançados em apenas uma aplicação, o que pode ser transformador para pacientes cujo tratamento atual muitas vezes envolve tratamentos repetidos feitos por profissionais de saúde capacitados," disse o professor Amir Ghaemmaghami, coordenador da equipe.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Microparticles Decorated with Cell-Instructive Surface Chemistries Actively Promote Wound Healing
Autores: Arsalan Latif, Leanne E Fisher, Adam A Dundas, Valentina Cuzzucoli Crucitti, Zeynep Imir, Karen Lawler, Francesco Pappalard, Benjamin W Muir, Ricky Wildman, Derek J. Irvine, Morgan R Alexander, Amir M Ghaemmaghami
Publicação: Advanced Materials
DOI: 10.1002/adma.202208364
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