06/07/2015

Proteínas do café superam analgésicos opioides

Com informações da Embrapa
Proteínas do café superam analgésico opioides
Recentemente, pesquisadores espanhóis descobriram que os resíduos do café - a borra - têm poderosos efeitos antioxidantes.
[Imagem: UGR]

A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Universidade de Brasília (UnB) identificaram fragmentos de proteína (peptídeos) inéditos no café com efeito similar ao da morfina.

Mais do que isso, além de apresentar atividade analgésica e ansiolítica, as proteínas do café apresentam esses efeitos por um período de tempo maior.

Opioides naturais

A identificação dos peptídeos deu-se quando os pesquisadores Felipe Vinecky e Carlos Bloch Júnior procuravam genes do café associados à melhoria da qualidade do produto.

Ao analisar as sequências gênicas e correspondentes traduzidos proteicos, eles observaram que algumas delas continham fragmentos internos com estruturas semelhantes às de alguns opioides naturais do ser humano, como a encefalina.

A dupla decidiu então sintetizar análogos estruturais para avaliar experimentalmente suas funções biológicas e efeitos fisiológicos em mamíferos.

Da mesma forma, um concentrado proteico presente no endosperma - a parte maior da semente do café - foi submetido à digestão enzimática para simular o processo digestivo em humanos e, assim, deduzir como poderia ser o processo real de biodisponibilização e atividade final dessas moléculas dentro do organismo.

Peptídeos opioides

A partir dos análogos sintéticos, foram realizados testes com camundongos, que comprovaram um efeito similar ao da morfina. Foi demonstrado ainda que o tempo de duração do efeito analgésico é significativamente superior, cerca de quatro horas.

Além disso, nas condições experimentais avaliadas até agora, não foram observados efeitos colaterais dignos de nota. Outros experimentos mais direcionados a esse tipo de questão terão que ser executados para avaliar esse aspecto com o devido rigor.

O grupo de sete "peptídeos opioides" do café, descobertos pelos pesquisadores, foi objeto de pedido de patente junto ao INPI (Instituto Nacional de Propriedade Intelectual).

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