Qualidades de um bom terapeuta
Você pode estudar e obter o melhor treinamento, mas é improvável que você seja um bom psicoterapeuta a menos que tenha algumas "qualidades especiais".
É o que defendem Olivier Laverdiere e Jean Descoteaux, das universidades Sherbrook e Colúmbia Britânica (Canadá).
Em psicoterapia, a empatia clínica é fundamental para orientar o comportamento de apoio em resposta à situação emocional do paciente. Por isso, os dois pesquisadores queriam abordar os perfis clínicos de empatia disposicional dos psicólogos e ver como isso afetava seu desempenho profissional.
Para isso, os participantes completaram um questionário multidimensional de avaliação de empatia: a tomada de perspectiva mede a capacidade de entender a perspectiva dos outros; a fantasia mede a tendência de se identificar com personagens de situações ficcionais; a preocupação empática mede sentimentos de compaixão para com pessoas em perigo; e o sofrimento pessoal mede sentimentos de angústia auto-orientados ao enfrentar as experiências negativas dos outros.
Os dados mostraram que 23% dos terapeutas entrevistados pontuaram abaixo dos níveis médios na maioria das escalas, sugerindo um subgrupo de clínicos comprometidos apenas consigo mesmos e sub-regulados, rotulados como "inseguros autoenvolvidos". A equipe observa que é provável que os terapeutas desse grupo apresentem um desempenho ruim tanto na tomada de perspectiva cognitiva quanto na sua ressonância emocional com as preocupações dos pacientes, talvez concentrando-se principalmente em suas próprias reações emocionais negativas às manifestações de angústia dos outros.
Outros 26% dos terapeutas apresentaram níveis acima da média em comparação com outros perfis, sugerindo um grupo altamente empático, rotulados de "empáticos imersivos". Os psicólogos deste grupo tendem a imergir na experiência emocional dos outros e são orientados para a intuição e a identificação com os sentimentos dos outros.
A maioria dos clínicos (38%) tendeu a apresentar níveis "adequados" de preocupação emocional e perspectiva em relação aos seus pacientes, com experiências ocasionais de sofrimento durante as sessões.
O quarto grupo (13%) revelou um perfil "empático racional", inclinado a adotar uma compreensão intelectual das perspectivas de seus pacientes, provavelmente baseando-se em observações e teorias clínicas, sem amostragem ou identificação emocional com sua experiência.
Com base nesses perfis, a equipe afirma que o "ajuste" entre as necessidades dos pacientes e o grau de empatia e flexibilidade dos clínicos - isto é, quão modificáveis eles são sob determinadas condições - deve ser uma área de pesquisa futura, mesmo que a questão de como lidar com clínicos que parecem empaticamente inadequados seja uma questão ao mesmo tempo importante e espinhosa para o campo das psicoterapias.
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