Pesquisadores da Universidade de São Paulo em São Carlos (SP) desenvolveram um biossensor capaz de detectar a dengue antes de surgirem os primeiros sintomas da doença.
"O biossensor é capaz de diagnosticar dengue com maior rapidez, menor custo e facilidade do que os testes laboratoriais existentes hoje", disse Nirton Cristi Vieira, um dos autores do projeto.
Proteína não-estrutural
A tecnologia do biossensor é baseada na detecção elétrica da proteína não-estrutural NS1.
Essa proteína é secretada pelos quatro tipos do vírus da dengue (DEN1, DEN2, DEN3 e DEN4) e encontrada em concentrações detectáveis no sangue de pessoas tanto com infecção primária (que contraíram a doença pela primeira vez) quanto secundária (a partir da segunda vez), do segundo até o nono dia após o início da doença. Por isso, é considerada um excelente biomarcador de infecção pelo vírus da dengue, de acordo com Vieira.
"A vantagem de utilizar a proteína NS1 para detectar dengue é que é possível diagnosticar a doença mais precocemente, já no segundo ou terceiro dia após a infecção, uma vez que os sintomas da dengue só começam a aparecer, em média, a partir do sexto dia após a picada do mosquito", disse o pesquisador.
Testes do biossensor
O biossensor é composto por um eletrodo de ouro em escala nanométrica (da bilionésima parte do metro) com uma amostra de reagente (imunoglobulina IgY) imobilizada sobre ele e um eletrodo de referência com potencial elétrico constante.
Ao entrar em contato com a proteína NS1 da dengue, o potencial elétrico do eletrodo com a imunoglobulina imobilizada muda em relação ao do eletrodo de referência, em razão da ligação da proteína com o anticorpo, produzindo um sinal elétrico.
Um software analisa esse sinal elétrico e indica em 30 minutos ou menos o resultado da análise, que pode ser acessado em tempo real pelo celular ou notebook.
Os pesquisadores obtiveram a aprovação inicial do comitê de ética da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) para realizar, nos próximos meses, após aprovação final, testes do biossensor diretamente em amostras de sangue de pessoas infectadas com o vírus da dengue.
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