Sensor natural
Uma equipe de pesquisadores de quatro universidades brasileiras usou celulose microbiana, um polímero natural, para criar um sensor que pode ser usado diretamente sobre a pele.
Interagindo com o suor, o sensor permite detectar substâncias liberadas pela pele que podem indicar várias patologias e condições de saúde, incluindo o nível de estresse.
A grande novidade do sensor brasileiro é a utilização de um material natural em substituição ao plástico, tradicionalmente usado nessas tecnologias, conhecidas como "vestíveis" - dispositivos que podem ser vestidos ou usados diretamente na pele.
"A nanocelulose microbiana é um polímero 100% natural, produzido por bactérias a partir do açúcar. Sua principal vantagem em relação ao plástico é que propicia uma interface muito maior com a pele e já é encontrada no mercado há alguns anos na forma de curativos. No entanto, ainda não havia sido estudada como matriz para a fabricação de sensores eletroquímicos," contou o pesquisador Robson Rosa da Silva.
Nos sensores de matriz plástica, a transpiração forma uma espécie de barreira entre a pele e o dispositivo, dificultando a detecção, e constituindo também um fator alergênico. "Já o sensor em nanocelulose é totalmente respirável: o suor consegue chegar até a camada ativa do eletrodo através da matriz de nanocelulose," explicou Robson.
Informações do suor
O sensor tem a forma de um pequeno adesivo retangular, com 1,5 centímetro de comprimento, 0,5 centímetro de largura e a espessura de uma folha de papel de seda.
Ele consegue detectar vários biomarcadores, como sódio, potássio, ácido úrico, ácido láctico, glicose etc.
"Esses elementos ou substâncias, que circulam na corrente sanguínea, são detectáveis também no suor. Assim, uma aplicação possível do sensor de nanocelulose é o monitoramento do diabetes. Outra é o controle hormonal em mulheres, por meio da detecção do hormônio estradiol", enumerou Robson.
O sensor poderia ser usado para detectar também a presença de poluentes atmosféricos no organismo. "Como prova de conceito, expusemos o sensor a baixas concentrações de metais tóxicos, como chumbo e cádmio. E o resultado foi positivo," acrescentou o pesquisador.
Os pesquisadores agora estão estudando o uso do adesivo para a administração de medicamentos, bem como sua viabilização comercial.
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