06/06/2023

Substância cura câncer cerebral fatal sem efeitos colaterais

Redação do Diário da Saúde
Substância cura câncer cerebral fatal sem efeitos colaterais
A molécula Z4P inibe um dos mecanismos que regulam a produção de proteínas na célula cancerosa, fazendo com que ela morra.
[Imagem: Molécula: X. Guillory/Experimentos com animais: D. Pelizzari-Raymundo.]

Tratamento contra glioblastoma

Pesquisadores da Suécia e da França desenvolveram uma técnica capaz de destruir o agressivo tumor cerebral glioblastoma, um dos cânceres de maior mortalidade e menor tempo de sobrevida que existem.

Ao bloquear certas funções nas células do tumor, usando uma molécula que se liga a essas células, o câncer morre de estresse.

As células cancerígenas, especialmente aquelas que formam tumores agressivos, estão de uma forma ou de outra fora de controle, vivendo uma existência muito estressante.

Para administrar esse estresse, as células tumorais sequestram os mecanismos que as células saudáveis usam para regular a produção de proteínas e processar o excesso de proteínas que elas criam. Sem esses mecanismos sequestrados, a célula cancerosa morreria.

"Agora, conseguimos interromper esse sequestro inserindo nas células uma molécula especialmente desenvolvida para isso, que inibe um desses mecanismos adaptativos sequestrados nas células cancerígenas. Isso faz com que o câncer se autodestrua," disse o professor Leif Eriksson, da Universidade de Gotemburgo.

Esperança

A substância, chamada Z4P, funcionou nos tumores cerebrais do tipo glioblastoma, que compõem cerca de 45% de todos os tumores cerebrais. Atualmente, o prognóstico para glioblastomas malignos é muito ruim. Apenas alguns por cento dos pacientes sobrevivem cinco anos após o diagnóstico e tratamento.

Outra boa notícia é que o novo tratamento experimental não apresentou nenhum efeito colateral, ao contrário dos tratamentos atuais, que têm efeitos colaterais sérios, mesmo não produzindo bons resultados.

A equipe pretende agora avançar com as pesquisas. Ainda há muito a fazer, como otimizar o procedimento de tratamento, mas os pesquisadores afirmam que deve ser relativamente rápido colocar o medicamento em tratamento clínico, sobretudo por se tratar de um câncer sem tratamento.

Checagem com artigo científico:

Artigo: A novel IRE1 kinase inhibitor for adjuvant glioblastoma treatment
Autores: Diana Pelizzari-Raymundo, Dimitrios Doultsinos, Raphael Pineau, Chloé Sauzay, Thodoris Koutsandreas, Timothy Langlais, Antonio Carlesso, Elena Gkotsi, Luc Negroni, Tony Avril, Aristotelis Chatziioannou, Eric Chevet, Leif A. Eriksson, Xavier Guillory
Publicação: iScience
Vol.: 26, iss 5
DOI: 10.1016/j.isci.2023.106687
Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Câncer

Desenvolvimento de Medicamentos

Cérebro

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.