02/01/2019

Super-heróis do cinema são mais violentos do que vilões

Redação do Diário da Saúde
Super-heróis do cinema são mais violentos do que vilões
Esta parece ser a linguagem comum dos "caras bonzinhos" dos filmes de super-heróis. Esta não é a primeira pesquisa que mostra que os super-heróis influenciam negativamente as crianças.
[Imagem: CC0 Public Domain/Pixabay]

Violência dos super-heróis

Em um gênero cinematográfico mais popular do que nunca, poderosos super-heróis detêm poderes especiais para proteger o público dos vilões.

Mas, apesar do apelo positivo que esses filmes e seus protagonistas possam ter, o que se constata é que os super-heróis, muitas vezes idolatrados pelos espectadores mais jovens, transmitem uma mensagem fortemente negativa quando se trata de violência.

Na verdade, os "bonzinhos" nos filmes de super-heróis se envolvem em mais atos violentos, em média, do que os vilões.

Foi o que constataram John Muller e Robert Olympia, da Universidade do Estado da Pensilvânia (EUA). Eles apresentaram os resultados de sua análise durante a Conferência Nacional da Academia Norte-Americana de Pediatria.

Os dois médicos classificaram os personagens principais dos filmes como protagonistas ("cara bom") ou antagonistas ("vilão") e usaram uma ferramenta padronizada para compilar atos específicos e tipos de violência retratados nos filmes.

Heróis da violência

Foram registrados uma média de 23 atos de violência por hora de filme associados aos heróis, em comparação com 18 atos violentos por hora para os vilões. Os pesquisadores também descobriram que os filmes mostram personagens masculinos em quase cinco vezes mais atos violentos (34 por hora, em média), do que personagens femininos, que estavam envolvidos em uma média de 7 atos violentos por hora de filme.

Os atos de violência mais comuns praticados pelos super-heróis foram as brigas (1.021 atos totais), seguidas do uso de uma arma letal (659), destruição de propriedade (199), assassinato (168) e bullying/intimidação/tortura (144).

Para os vilões, o ato violento mais comum foi o uso de uma arma letal (604 atos totais), brigas (599), bullying/intimidação/tortura (237), destruição de propriedade (191) e assassinato (93).

"As crianças e os adolescentes veem os super-heróis como 'caras bons' e podem ser influenciados por seus comportamentos de risco e atos de violência," disse Olympia. "Os pediatras devem educar as famílias sobre a violência descrita neste gênero de filme e os perigos potenciais que podem ocorrer quando as crianças tentam imitar a percepção que têm desses heróis."

O professor John Muller dá uma receita para tentar neutralizar a influência negativa dos filmes de super-heróis sobre as crianças: "Ver esses filmes em família pode ser um antídoto eficaz para o aumento da violência nos filmes baseados em super-heróis," afirmou, ressaltando que o componente-chave dessa estratégia é discutir as consequências da violência ativamente com as crianças.

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