08/09/2010

Pesquisa mostra o que torna as pessoas supersticiosas

Redação do Diário da Saúde

Sorte e destino

Pessoas que acreditam que o destino e a sorte controlam suas vidas são mais propensos a serem supersticiosas.

Mas, quando confrontadas com a morte, elas são as mais susceptíveis de abandonar completamente a superstição.

A conclusão é de um estudo feito na Universidade do Estado do Kansas, nos Estados Unidos, de autoria de Scott Fluke, Russell Webster e Donald Saucier, e que ainda não foi publicado.

O que é superstição

Para o projeto, a equipe definiu superstição como a crença em uma relação casual entre uma ação, objeto ou ritual e um resultado independente.

Um comportamento supersticioso pode incluir ações como vestir uma camiseta da sorte, usar amuletos ou realizar pequenos rituais.

Depois de realizar dois estudos, os pesquisadores enumeraram três razões pelas quais as pessoas adotam comportamentos supersticiosos:

  • para obter controle sobre a incerteza;
  • para diminuir os sentimentos de desamparo ou impotência;
  • porque é mais fácil confiar em superstição do que adotar estratégias de enfrentamento.

"As pessoas às vezes se voltam para as superstições como um apoio," disse Saucier. "É um pára-quedas que elas acham que irá ajudá-las."

No primeiro estudo, os pesquisadores aplicaram questionários a 200 alunos de graduação, perguntando sobre o quão pessimistas eles eram, se acreditavam em sorte ou destino, se gostavam de estar no controle e outras questões.

Uma das descobertas mais importantes foi que as pessoas que acreditam que a chance e o destino controlam suas vidas têm a maior probabilidade de serem supersticiosas.

Superstição e morte

No segundo estudo, os pesquisadores queriam saber como os participantes reagiam à morte, e lhes pediram para escrever sobre como se sentiam em relação à sua própria morte.

A equipe ficou surpresa ao descobrir que os níveis de superstição dos participantes caíram quando elas pensavam em sua própria morte, justamente uma situação que os pesquisadores atribuíram como sendo de incerteza extrema.

"Nós levantamos a hipótese de que, quando as pessoas pensam sobre a morte, eles se comportam mais supersticiosamente, em um esforço para ganhar um senso de controle sobre isso," disse Fluke. "O que não esperávamos era que pensar sobre a morte faria as pessoas se sentirem impotentes - eles não podem controlar a morte - e que isso iria de fato reduzir suas crenças supersticiosas."

"Eu estou interessado na superstição, porque me frustra quando as pessoas fazem coisas que não fazem sentido," conta Fluke. "É chocante para mim que as pessoas usem um amuleto da sorte para se sair bem em um teste, em vez de estudar para isso. Nós queríamos saber por que as pessoas vão até o ponto de praticamente se ferir de forma ativa."

O pesquisador parece não ter lido toda a bibliografia sobre o assunto, já que uma pesquisa recente mostrou que a superstição funciona mesmo, trazendo resultados positivos reais para quem usa seus amuletos da sorte.

Como se livrar das superstições

De qualquer forma, Saucier oferece algumas dicas para evitar o comportamento supersticioso:

Não acredite em má sorte e tenha um certo domínio sobre que capacidade de controle você tem nas diversas situações. Às vezes usamos a má sorte como desculpa, diz Saucier, mas o que devemos fazer antes de tudo é nos concentrar no que podemos fazer para evitar as situações difíceis.

Seja decidido e proativo. As pessoas que são menos decididas acreditam mais em superstições. Os proativos são os menos supersticiosos.

Não se meta em situações nas quais você tenha que confiar na sorte. Se algo ruim acontecer, não chame isso de má sorte, use a coisa como um mecanismo de enfrentamento a posteriori, aconselha o pesquisador.

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