Às vezes parece que aquele não é o seu dia: Primeiro, você não consegue se lembrar onde colocou as chaves do carro, depois se esquece de uma reunião importante no trabalho.
Em dias como esse, nossa memória parece ter ficado dormindo.
Mas será que é realmente verdadeiro que estamos cognitivamente mais inteiros em alguns dias do que em outros? Haverá, realmente, dias bons e ruins para o funcionamento do nosso intelecto e da nossa memória?
Florian Schmiedek, Martin Lovdén e Ulman Lindenberger analisaram esta questão com o conjunto de dados Cogito, uma pesquisa conduzida no Instituto Max Planck para o Desenvolvimento Humano, em Berlim (Alemanha).
Dias bons e dias ruins
As conclusões dos cientistas mostram que a variabilidade no desempenho cognitivo, de fato, existe.
Nossa impressão pessoal que um dia inteiro é bom ou ruim, no entanto, é incorreta na maioria das vezes.
A maioria das flutuações de desempenho ocorre dentro de períodos de tempo curtos, que não duram nada parecido com um dia inteiro.
O que parece ser um dia bom ou ruim é, muitas vezes, devido a bons ou maus momentos que não fazem o desempenho cognitivo de todo o dia ser melhor ou pior do que o de qualquer outro dia.
"A verdadeira variabilidade do dia-a-dia é relativamente baixa," explica Schmiedek.
Desempenho cognitivo
Mas a maior surpresa do estudo surgiu quando os pesquisadores compararam o desempenho cognitivo por faixa etária.
Como há uma queda de memória com o passar dos anos, é comum achar que o desempenho cognitivo em geral também seguirá na mesma linha, piorando com a idade.
Não foi isso o que os dados mostraram.
Em todas as nove tarefas cognitivas avaliadas, o grupo mais velho mostrou uma variabilidade menor no desempenho no dia-a-dia do que o grupo mais jovem.
O desempenho cognitivo dos adultos mais velhos é, portanto, mais consistente ao longo do dia - o resultado permaneceu inalterado quando as diferenças de desempenho médio favorecendo os jovens foram levadas em conta.
"Análises mais detalhadas indicaram que a maior consistência dos adultos mais velhos é devida a estratégias aprendidas para resolver a tarefa, um nível de motivação constantemente elevado, bem como a uma rotina diária equilibrada e humor estável," explica Schmiedek.
Trabalhadores mais velhos
Segundo os pesquisadores, as conclusões são de grande importância para o debate sobre o potencial das pessoas mais velhas no desempenho profissional, já que, no geral, a produtividade e a confiabilidade dos funcionários mais velhos é maior do que a de seus colegas mais jovens.
"Um dos nossos estudos na indústria de produção de carros mostrou que erros graves, que são caros para resolver, são muito menos susceptíveis de serem cometidos por membros mais velhos da equipe do que por seus colegas mais jovens. Da mesma forma, em outros ramos da indústria que temos estudado, não se observa uma maior produtividade entre os mais jovens em relação aos trabalhadores mais velhos," concluiu o cientista.
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