25/11/2022

Ultrassom e nanobolhas destroem tumor sem cirurgia

Redação do Diário da Saúde
Ultrassom e nanobolhas destroem tumor sem cirurgia
Algumas versões da termoablação usam verdadeiros nanorrobôs, com múltiplas técnicas de ataque ao tumor.
[Imagem: KAUST]

Destruir tumor sem cirurgia

Um novo tratamento, em fase de desenvolvimento, permite a remoção de tumores sem cirurgia.

Hoje, o método prevalente de tratamento do câncer é a remoção cirúrgica do tumor, em combinação com tratamentos complementares, como quimioterapia e imunoterapia.

Mas uma combinação de ultrassom e nanobolhas - bolhas minúsculas, com diâmetro medido em nanômetros (10-9 metro) - permite a destruição dos tumores cancerígenos de modo não invasivo, ou seja, sem a necessidade de cirurgia.

As ondas de ultrassom fazem com que as bolhas se concentrem e explodam dentro do tumor, destruindo-o.

O tratamento foi realizado com níveis seguros, de baixa pressão e focado apenas na área do tumor, o que reduz a toxicidade fora do alvo e evita danos aos tecidos saudáveis.

Termoablação

O tratamento de tumores de modo não invasivo já vem sendo pesquisado há algum tempo, mas este método tem apresentado vantagens e desvantagens.

Por um lado, ele permite um tratamento localizado e focado, o tradicional ultra-som pode produzir efeitos térmicos ou mecânicos ao fornecer energia acústica poderosa a um ponto focal com alta precisão, e permite o tratamento de pacientes que não podem se sujeitar à cirurgia de ressecção tumoral. Por outro lado, a desvantagem é que o calor e a alta intensidade das ondas de ultrassom podem danificar os tecidos próximos ao tumor.

Agora os pesquisadores começaram a superar esse problema injetando as nanobolhas na corrente sanguínea, ao contrário do que vinha sendo feito até agora, que é a injeção local de microbolhas no próprio tumor. Isso permitiu usar ondas de ultra-som de baixa frequência, com efeitos mínimos fora do alvo.

Melhor foco e baixa potência

"A combinação de nanobolhas e ondas de ultrassom de baixa frequência proporciona um direcionamento mais específico da área do tumor e reduz a toxicidade fora do alvo. Aplicar a baixa frequência às nanobolhas causa um inchaço extremo e sua explosão, mesmo em baixas pressões. Isto torna possível efetivar a destruição mecânica dos tumores em limiares de baixa pressão.

"Nosso método tem as vantagens do ultrassom, por ser seguro, de baixo custo e clinicamente disponível, além do que o uso de nanobolhas facilita o direcionamento aos tumores porque eles podem ser observados com a ajuda de imagens de ultra-som," disse a Dra Tali Ilovitsh, da Universidade de Tel Aviv (Israel).

O experimento foi realizado em um modelo de camundongo com tumor de câncer de mama, mas a equipe está confiante em que o tratamento também seja eficaz com outros tipos de tumores e, no futuro, possa ser aplicado em humanos.

Checagem com artigo científico:

Artigo: Low frequency nanobubble-enhanced ultrasound mechanotherapy for noninvasive cancer surgery
Autores: Mike Bismuth, Sharon Katz, Tamar Mano, Ramona Aronovich, Dov Hershkovitz, Agata A. Exner, Tali Ilovitsh
Publicação: Nanoscale
DOI: 10.1039/D2NR01367C
Siga o Diário da Saúde no Google News

Ver mais notícias sobre os temas:

Câncer

Quimioterapia

Fotônica

Ver todos os temas >>   

A informação disponível neste site é estritamente jornalística, não substituindo o parecer médico profissional. Sempre consulte o seu médico sobre qualquer assunto relativo à sua saúde e aos seus tratamentos e medicamentos.
Copyright 2006-2024 www.diariodasaude.com.br. Todos os direitos reservados para os respectivos detentores das marcas. Reprodução proibida.