27/09/2021

Um anjo e um demônio em cada ombro é mais que figura de desenho animado

Redação do Diário da Saúde
Um anjo e um demônio em cada ombro é mais que figura de desenho animado
Em vez de ficar entrando nas conversas desses dois, parece que a chave para resistir às tentações é não pensar muito.
[Imagem: Christian Dorn /Pixabay]

Demônio versus anjo

Aquela célebre cena dos desenhos animados, quando um personagem tem um demônio em um ombro e um anjo no outro, não está muito longe da percepção das pessoas sobre o mundo real, afirmam pesquisadores da Universidade de Waterloo (Canadá).

Os desenhos animados apelam para seres sobrenaturais, historicamente presentes no imaginário humano, com o objetivo de ilustrar e dar um aspecto cômico ao dilema de tomada de decisão dos personagens, seu caráter moral e suas motivações.

Acontece que as pessoas têm expectativas semelhantes quando se trata de indivíduos que consideram bons ou maus no mundo real.

Os pesquisadores exploraram as expectativas sobre como os indivíduos bons e maus respondem quando algo lhes é pedido. Eles estavam interessados em entender por que os filmes e contos populares frequentemente retratam os pequenos demônios prontos para conceder os pedidos mais triviais, enquanto os anjos não são representados dessa forma.

Egoísta e inconsequente

O estudo mostra que as pessoas têm ideias distintas de como ser bom ou mau influencia as decisões dos outros: As pessoas presumem que os indivíduos maus são indiferentes a qualquer coisa que não tenha um impacto direto em seus próprios objetivos, ou seja, que são tipicamente egoístas, e que não levam em consideração qualquer consequência do ato.

Este resultado sugere que pelo menos algumas das crenças cotidianas das pessoas sobre os seres sobrenaturais podem ser baseadas em suas visões dos humanos reais - ou vice-versa.

"Um aspecto de ver alguém como mau pode ser que esperamos que essa pessoa coloque menos ênfase nas intenções dos outros e, em vez disso, foque mais no resultado das ações das pessoas," disse o professor Brandon Goulding. "Em comparação, pensamos que uma pessoa boa também levará em consideração o que alguém pretende fazer e pesará isso contra o que ela realmente fez."

"Esta pesquisa nos diz algo muito interessante sobre como as pessoas veem o bem e o mal, que as pessoas não pensam apenas que os agentes do mal se concentram exclusivamente em causar danos. Em vez disso, as pessoas relacionam o mal com a indiferença e com não se importar com o que as pessoas querem," acrescentou o professor Ori Friedman. "Ela também sugere que as pessoas pensam que a bondade moral é mais do que produzir bons resultados. As pessoas também veem a bondade moral como estar conectado em dar atenção ao que as pessoas querem e pretendem."

Checagem com artigo científico:

Artigo: Butt-dialing the devil: Evil agents are expected to disregard intentions behind requests
Autores: Rebecca J. Dunk, Brandon W. Goulding, Jonathan A. Fugelsang, Ori Friedman
Publicação: Journal of Experimental Social Psychology
DOI: 10.1016/j.jesp.2021.104188
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