11/04/2022

Aparelho de exame ocular inovador é desenvolvido no Brasil

Com informações da Agência Fapesp
Aparelho de exame ocular inovador é desenvolvido no Brasil
Pesquisa desenvolvida na USP possibilitou reduzir drasticamente a quantidade de componentes necessários para fabricar o equipamento de exames de retina.
[Imagem: Eyetec]

Retinógrafo

Pesquisadores brasileiros desenvolveram um novo tipo de retinógrafo que, por conta de sua arquitetura inovadora, poderá custar cinco vezes menos do que os modelos disponíveis hoje no mercado.

A retinografia é o principal método utilizado por oftalmologistas para examinar a retina de pacientes e diagnosticar uma série de doenças, possibilitando também a prevenção. Porém, o alto custo do equipamento necessário para sua realização - o retinógrafo - limita sua disponibilidade nas clínicas, reduzindo assim o acesso dos pacientes aos exames.

O novo aparelho foi desenvolvido no Instituto de Física da USP de São Carlos. Ele será comercializado pela empresa Eyetec, com apoio do programa Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE), da FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo).

O retinógrafo é fundamental para diagnosticar doenças como descolamento de retina, degeneração da mácula, glaucoma e a degeneração macular relacionada à idade. Além disso, os exames da retina também podem ser úteis para detectar problemas relacionados à circulação e ao cérebro, por exemplo.

"Por causa do alto custo, é comum que o equipamento só esteja disponível em consultórios de especialistas em retina. Com um retinógrafo mais acessível, um especialista em córnea, por exemplo, poderá ter acesso a um equipamento desses e, caso encontre alguma alteração, poderá encaminhar o paciente aos especialistas de forma precoce," disse o pesquisador André Orlandi de Oliveira, coordenador do projeto.

Retinógrafo de baixo custo

Por meio da criação de um sistema de iluminação inovador, a equipe conseguiu uma redução drástica da quantidade de componentes para fabricação do equipamento, possibilitando uma considerável redução dos custos.

Um dos fatores responsáveis por encarecer o equipamento é a tecnologia utilizada para a eliminação de reflexos tanto da córnea quanto das próprias superfícies dos componentes ópticos. Em vez de montar diversos componentes fora do eixo óptico da imagem, André e seus colegas projetaram um sistema óptico totalmente coaxial, ou seja, com todos os componentes ópticos montados em um único eixo.

E, com a substituição do complexo sistema de iluminação tradicional por um anel de LEDs colocado entre a objetiva e o sistema de detecção, os reflexos da córnea não ofuscam a imagem da retina e todo o sistema pode ser montado em um só eixo.

"Para suprimir os reflexos na objetiva, desenvolvemos um sistema intermediário capaz de selecionar precisamente as regiões do anel de LEDs que iluminam a objetiva e o olho. Sabendo onde o reflexo será gerado, podemos eliminá-lo antes que ele chegue à objetiva," explicou André.

Segundo o pesquisador, estima-se que o produto vá custar o equivalente a US$ 10 mil, o que é cinco vezes menos que o preço dos modelos importados que predominam no mercado brasileiro.

Agora, com o projeto já concluído, a empresa está buscando a certificação do novo retinógrafo pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o que deverá demorar no mínimo um ano.

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